Ferrari faz a “dobradinha” na Austrália
Espanhol gastou 1h20m26,843s para cumprir as 58 voltas, batendo o companheiro de equipa, o monegasco Charles Leclerc, por 2,366 segundos, e o britânico Lando Norris (McLaren), por 5,904. O tricampeão Max Verstappen (Red Bull) desistiu à segunda volta devido a um problema no disco de travão traseiro direito do carro.
PEDRO RORIZ E CARLOS SOUSA (carlos.sousa@autolook.pt)
Festa em Maranello, com os sinos a tocarem e muitos a serem acordados a meio da noite para assistirem ao regresso da Ferrari às vitórias, o que não acontecia desde a corrida em Singapura, o ano passado, igualando o que a Red Bull fez no Bahrain e na Arábia Saudita, onde garantiu os dois primeiros lugares.
Quinze dias depois de ter sido operado ao apêndice, o espanhol Carlos Sainz (Ferrari) alcançou a terceira vitória da carreira, com a particularidade de, também, ter sido dele a anterior vitória da marca italiana e da corrida ter terminado numa situação de “Virtual Safety Car”.
A corrida começou da maneira habitual, com o neerlandês Max Verstappen (Red Bull/Honda) a largar da “pole” e a manter o primeiro lugar, procurando como sempre “fugir” à concorrência para impedi-la de utilizar o DRS.
Ao ganhar quase um segundo, na primeira volta, ao espanhol Carlos Sainz (Ferrari) tudo apontava para uma repetição do que sucedera nas duas corridas anteriores, mas o travão traseiro esquerdo do carro do campeão do mundo incendiou-se e Max Verstappen foi obrigado a renunciar, depois de 43 corridas consecutivas em que viu a bandeira de xadrez.
A partir daí, Carlos Sainz comandou a corrida, até ao momento em que parou para trocar de pneus, altura em que o seu compatriota Fernando Alonso (Aston Martin/Mercedes) assumiu o comando, para parar na volta seguinte, para aproveitar uma situação de “Virtual Safety Car”, o que permitiu ao piloto da Ferrari regressar ao comando.
A partir desse momento, o monegasco Charles Leclerc (Ferrari) passou a perseguir o seu colega de equipa, mas nunca deu a sensação de alguma vez ter tentado chegar ao triunfo, tendo corrido, ainda que sem confirmação, de que teria havido “ordens” para os pilotos manterem as posições.
Como consequência do 1-2 da Ferrari, Charles Leclerc reduziu para quatro pontos o atraso em relação a Max Verstappen, a mesma diferença que separa a Ferrari da Red Bull.
Bom resultado para a McLaren que colocou os seus dois pilotos nos lugares seguintes, com o inglês Lando Norris (McLaren/Mercedes) à frente do australiano Oscar Piastri (McLaren/Mercedes), depois de das “boxes” terem vindo instruções para os pilotos trocarem de posição, ainda a meio da corrida, numa altura em que os carros da equipa de Woking rodava sem pressão no terceiro e quarto lugares.
Coube ao mexicano Sergio Perez (Red Bull/Honda) “salvar a honra” da equipa, com o mexicano a terminar em quinto, depois de uma corrida em que nunca esteve em posição de discutir os lugares do pódio, com o piloto a ter dificuldades em colocar os pneus à temperatura ideal.
A corrida terminou numa situação de “Virtual Safety Car”, depois de um desentendimento entre Fernando Alonso e George Russell (Mercedes), com o inglês a bater nas barreiras de protecção e a deixar o carro no meio da pista, com a roda dianteira direita debaixo dele.
Uma situação que valeria 20 segundos de penalização ao espanhol que caiu de sexta para oitavo, o que permitiu ao canadiano Lance Stroll (Aston Martin/Mercedes) e ao japonês Yuki Tsunoda (VCARB01/Honda) subirem um lugar na classificação.
Com os abandonos de Max Verstappen e do inglês Lewis Hamilton (Mercedes), que renunciou na 15.ª volta, com o motor partido, habituais ocupantes dos lugares pontuáveis, a Hass viu os seus dois pilotos, o alemão Nico Hulkenberg (Haas/Ferrari) e o dinamarquês Kevin Magnussen (Haas/Ferrari), terminarem nos últimos lugares pontuáveis.
FICHA DA PROVA
Prova – Rolex Australian Grand Prix
Circuito – Albert Park Circuit
Extensão – 306,124 km = 58 x 5,278 km
“Pole position” – Max Verstappen (Red Bull RB19/Honda), 1 volta (5,278 km), em 1’15,915” (250,290 km/h)
Grelha de partida – 1.ª linha: Max Verstappen (Red Bull RB20/Honda), 1’15,915”; Carlos Sainz (Ferrari SF-24/Ferrari), 1’16,185”; 2.ª linha: Lando Norris (McLaren MCL38/Mercedes), 1’16,315”; Charles Leclerc (Ferrari SF24/Ferrari), 1’16,435”; 3.ª linha: Oscar Piastri (McLaren MCL38/Mercedes), 1’16,572”; Sergio Perez (Red Bull RB20/Honda), 1’16,274”; 4.ª linha: George Russell (Mercedes W15/Mercedes), 1’16,724”; Yuki Tsunoda (VCARB01/Honda), 1’16,788”; 5.ª linha: Lance Stroll (Aston Martin AMR24/Mercedes), 1’17,072”; Fernando Alonso (Aston Martin AMR24/Mercedes), 1’17,552”; 6.ª linha: Lewis Hamilton (Mercedes W15/Mercedes), 1’16,960”; Alexander Albon (Williams FW46/Mercedes), 1’17,167”; 7.ª linha: Valtteri Bottas (Kick Sauber C44/Ferrari), 1’17,340”; Kevin Magnussen (Haas VF-24/Ferrari), 1’17,427”; 8.ª linha: Esteban Ocon (Alpine A523/Renault), 1’17,697”; Nico Hulkenberg (Haas VF-24/Ferrari), 1’17,976; 9.ª linha: Pierre Gasly (Alpine A523/Renault), 1’17,982”; Daniel Riccardo (VCARB01/Honda), 1’18,085”
Nota – Guanyu Zhou (Kick Sauber C44/Ferrari), 1’18,188”, partiu da via das “boxes”; Logan Sargeant (Williams (FW46/Mercedes) não alinha, por ter cedido o carro a Alexander Albon
Comandantes sucessivos – Max Verstappen, na 1.ª e 2.ª volta; Carlos Sainz, da 3.ª à 16.ª volta; Fernando Alonso, na 17.ª volta; Carlos Sainz, da 18.ª à 58.ª volta
Volta mais rápida – Charles Leclerc (Ferrari SF24/Ferrari) 1 volta (5,278 km), em 1’19,813” (238,066 km/h)
Vencedor – Carlos Sainz (Ferrari SF24/Ferrari), 58 voltas (306,124 km), em 1.20’26,843” (228,316 km/h)
CLASSIFICAÇÃO
POS. | PILOTO | CARRO | MOTOR | TEMPO |
1.º | Carlos Sainz | Ferrari SF-24 | Ferrari | 1.20’26,843″ |
2.º | Charles Leclerc | Ferrari SF-24 | Ferrari | a 2,366″ |
3.º | Lando Norris | McLaren MCL38 | Mercedes | a 5’904″ |
4.º | Oscar Piastri | McLaren MCL38 | Mercedes | a 35,770″ |
5.º | Sergio Perez | Red Bull RB20 | Honda | a 56,309″ |
6.º | Lance Stroll | Aston Martin AMR24 | Mercedes | a 1’33,222″ |
7.º | Yuki Tsunoda | VCARB01 | Honda | a 1’35,601″ |
8.º | Fernando Alonso | Aston Martin AMR24 | Mercedes | a 1’40,992″ |
9.º | Nico Hulkenberg | Haas VF-24 | Ferrari | a 1’44,553″ |
10.º | Kevin Magnussen | Haas VF-24 | Ferrari | a 1 volta |
11.º | Alexander Albon | Williams FW46 | Mercedes | a 1 volta |
12.º | Daniel Ricardo | VCARB01 | Honda | a 1 volta |
13.º | Pierre Gasly | Alpine A524 | Renault | a 1 volta |
14.º | Valtteri Bottas | Kick Sauber C44 | Ferrari | a 1 volta |
15.º | Gaunyu Zhou | Kick Sauber C44 | Ferrari | a 1 volta |
16.º | Esteban Ocon | Alpine A524 | Renault | a 1 volta |
17.º | George Russell | Mercedes W15 | Mercedes | a 2 voltas |
CLASSIFICAÇÕES DOS “MUNDIAIS”
PILOTOS – 1.º, Max Verstappen, 51 pontos; 2.º, Charles Leclerc, 47; 3.º, Sergio Perez, 46; 4.º, Carlos Sainz, 40; 5.º, Oscar Piastri, 28; 6.º, Lando Norris, 27; 7.º, George Russell, 18; 8.º, Fernando Alonso, 16; 9.º, Lance Stroll, 9; 10.º, Lewis Hamilton, 8; 11.º Yuki Tsunoda, 6; 12.º, Oliver Bearman, 6; 13.º, Nico Hulkekberg, 3; 14.º, Kevin Magnussen, 1.
CONSTRUTORES – 1.º, Oracle Red Bull Racing, 97 pontos; 2.º, Scuderia Ferrari, 93; 3.º, McLaren F1 Team, 55; 4.º, Mercedes AMG Petronas F1 Team, 26; 5.º, Aston Martin Aramco F1 Team, 25; 6.º, Visa Cash App RB F1 Team, 6; 7.º, MoneyGram Haas F1 Team, 4.
Próxima prova – MSC Cruises Japanese Grand Prix, dia 7 de Abril, no Suzuka International Racing Course.