OPINIÃO

EDITORIAL

A falta de consideração por terceiros e a privação na contemplação pelas regras são dois pontos analíticos para com a imperfeição do uso dos piscas. Julgo que não é por esquecimento ou preguiça, mas por si por ignorância pura e dura. A incultura anda à solta nas estradas nacionais e estrangeiras.

Carlos Sousa

(carlos.sousa@autolook.pt)

autolook.pt está de parabéns hoje, quarta-feira, 4 de dezembro. Embora os leitores e seguidores encontrem-se distanciados, estão, no entanto, em família e sempre juntos por causas comuns. Assim será a festa de hoje que marca o 6º aniversário o autolook.pt. Todavia, o editorial do 6.º aniversário alerta para um problema cada vez mãos preocupante: o “apagão” dos piscas nos automóveis.

A utilização dos indicadores de mudança de direção, também conhecidos por todos de “pisca-pisca”, deveria de ser uma das regras básicas da condução, sendo muito importante na prevenção e segurança rodoviária.

Infelizmente, há cada vez mais pessoas que não o fazem e não há como convencê-las a fazê-lo. Há, de fato, uma grande percentagem de motoristas e motoristas que se esquecem de usá-los ou, simplesmente, que os usam indevidamente.

Aliás, estou bastante inclinado que não o fazem, não por esquecimento ou preguiça, mas por ignorância. A incultura anda à solta nas estradas, nacionais e estrangeiras. E cada vez há mais incultos a não praticar os sinais indicadores de mudança de direção.

Sou um condutor de automóveis e os piscas é como o cinto de segurança: é para ser usado em todas as circunstâncias. Pese embora muitos amigos que seguem viagem comigo a conduzir desaprovarem o facto de manusear o “pisca-pisca” quando não existem sequer viaturas na via. É uma “manobra” que faço sempre, até para não me enganar a mim próprio.

Também não deixa de ser verdade que este “enigma” não é um problema tipicamente nacional, porque, para mal dos meus e de muito poucos outros condutores, infelizmente, verifica-se também um pouco por todo o mundo.

Nunca é demais ressalvar que a sua utilização está prevista na Lei. Mas o que vimos, cada vez mais, são automóveis a mudar de direção e os seus condutores desprezam, pura e simplesmente, todos os outros que também usam as mesmas vias de comunicação terrestre.

De entre as vias de comunicação terrestres, a estrada é sem dúvida a mais conhecida pela sua utilização corrente e generalizada, sendo evidente na maioria dos países a importância atual das redes rodoviárias como componentes básicas dos respetivos sistemas de transportes.

Quando o condutor faz manobras de mudança de direção sem assinalar a sua intenção, não garantindo a segurança dessa manobra, pode ser multado entre 120 a 600 euros, diz o Código da Estrada. Agora aqui está uma situação em que a Guarda Nacional Republicana (GNR) e Polícia de Segurança Pública (PSP) poderiam atuar e admoestar os prevaricadores.

Bastava estarem numa rotunda ou em cruzamentos para atuarem. Por exemplo, ao fim de várias autuações por não ser efetuada uma manobra de mudança de direção, os transgressores ficaram sem pontos e respetiva carta de condução. Perante este desiderato, o atual cenário mudaria o paradigma e a selvajaria deixaria de ocorrer num ápice.

Por outro lado, não basta efetuar uma manobra de mudança de direção para usar os piscas. Numa primeira análise, é de capital importância avaliar a possibilidade de realizar a referida manobra, verificando, pela via do espelho retrovisor, se existe segurança para a fazer.

Caso haja condições de segurança, o condutor pode acionar-se os piscas com antecedência suficiente, a fim de alertar os outros condutores. Em caso contrário, o condutor deve aguardar pelas condições ideias.

É importante vincar que ligar os piscas não dá, naturalmente, prioridade ao condutor de efetuar a manobra de mudança de direção desejada, devendo ter-se em linha de conta a segurança rodoviária, não colocando em risco outros veículos nem provocando situações perigosas.

Além disso, durante a manobra de ultrapassagem ou de mudança de faixa, os piscas devem estar sempre ligados, desde a mudança da faixa, até ao regresso da faixa de rodagem. Há que mudar o paradigma. a utilização dos indicadores de mudança de direção deveria de ser uma das regras básicas da condução, sendo muito importante na prevenção e segurança rodoviária.

Contudo, há muita, mas muita gente que só olham para o próprio umbigo, eue não são capazes de um gesto de gentileza, muito menos de obrigatoriedade. Pensam que são muito melhores do que são e de que os outros e que nem se dignam a comunicar, de que forma seja que vai mudar de faixa.

Obviamente que este não é um problema recente. Já cheguei a pensar que os últimos modelos de automóveis já não vinham de origem, com a manete do pisca. Porém, é uma mentira do tamanho da maior ponte do mundo, a Danyang-Kunshan Grand Bridge, localizada na China, com seus impressionantes 164,8 km de extensão, conectando cinco cidades distintas, revolucionando a mobilidade na região costeira leste do país chinês.

São inúmeras as vezes que fico admirado e espantado, não querendo acreditar no que vejo diariamente. Há condutores que deixam outros de olhos em bico por tanta asneira nas estradas nacionais. Diariamente, e são várias as vezes que isso acontece, dou uma valente apitadela e, depois, com a minha mão alienígena, faço o gesto do sinal de pisca.

 

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