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e:NY1: um eléctrico global vindo do Oriente

Em territórios europeus e muito em breve, veremos a resultante das sinergias nipónicas. No presente, este eléctrico da Honda inova com a plataforma, surpreende na dinâmica e identifica-se com outro “SUV” da marca que, tal como o e:NY1, evidencia cotas e silhueta semelhantes.

FAUSTO MONTEIRO GRILO

Ao dividir o universo de clientes entre racionais e emocionais, torna-se fácil cruzar os vectores atribuídos às decisões. O dinamismo na condução, raramente coincide com baixos custos de utilização. O valor de aquisição elevado, nem sempre representa custos baixos na utilização e manutenção. E quando analisamos a maior parte dos automóveis eléctricos, estes são mais interessantes na utilização empresarial, face ao usufruto privado.

Sem chegar aos quatro metros e meio de comprimento (4.387 mm) o e:NY1 é apresentado com altura (1.584 mm) semelhante à do HR-V, mas no tocante à distância ao solo, os 1.733 kg deste modelo eléctrico, estão mais próximos do solo (135 mm em vez dos 188 mm do HR-V).

Na largura, a carroçaria medida com ou sem espelhos, fica aquém dos dois metros (1.790 mm ou 1.866 mm medidos nas extremidades dos retrovisores). Na bagageira, a volumetria começa nos 361 litros, passa pelos 801 se medida até ao tejadilho, e 1.176 litros mediante rebatimento assimétrico (60/40) dos assentos traseiros.

No que diz respeito a “performances” o e:NY1 conta com um motor de 150 kW (204 cv) e de acordo com os dados do construtor, perfaz dos 0-100 kmh em 7,6 segundos, sendo a velocidade máxima de 160 km/h.

Quando atrás se referiu que este eléctrico pertence a uma nova geração, esta começa na nova plataforma, mas também abrange a tecnologia das baterias e respectivo carregamento, anunciado dos 10 aos 80% em 00:45. Como é evidente, estes três quartos de hora, não chegam para garantir o pleno nas baterias, e assegurar a autonomia de 412 quilómetros em modo WLTP. A velocidade máxima está nos 160 km/h.

Com bons acessos ao interior, o e:NY1 concede boas impressões, e todos sabemos que as primeiras impressões são as que contam. Ou pelo menos têm um peso importante na avaliação final. O painel de instrumentos de 10,25” permite algumas configurações, o visor central disponibiliza três secções, e existem vários espaços para arrumos.

A generalidade dos materiais concede agradável toque, em especial os assentos, revestidos a uma textura que não sendo cabedal, também não tem odor a couro. Alguns dos materiais compósitos (vulgo plásticos) poderiam ter melhor toque, mas existe um denominador comum no habitáculo: a finalização do interior, a ergonomia dos comandos e acessos às funcionalidades, são de muito bom nível.

Ainda a nível do habitáculo, destaca-se a climatização entregue ao “Honda Air Diffusion System” e o “Honda Sensing” que conjuga visualização, radar e sonar, todas estas a contribuir para a condução defensiva e segurança activa.

Para quem se sentar ao volante, a boa visibilidade para a frente e laterais através dos retrovisores, são muito boas, estando disponível a visão 360º e o sistema autónomo de parqueamento, que exige alguma habituação. Para conduzir existem três modos: o económico, o normal e o “sport”.

Este último torna as acelerações e reprises mais entusiasmantes, mas à custa de consumos de energia mais elevados. Num brevíssimo contacto ao volante e em percurso misto (AE+EN+Urbano) foram precisos 55% da energia para percorrer 226,7 km à média de 34 km/h.

 

Como acontece com todos os eléctricos, este Honda revelou melhores consumo e regeneração de energia em percursos urbanos. Uma vez que só existe a escolha “D” para colocar as rodas dianteiras em movimento, é necessário recorrer às patilhas colocadas atrás do volante, para aceder aos três níveis de retenção e assim, poupar os travões e regenerar a energia para carregar as baterias.

Com um bom comportamento dinâmico, e um bom nível de conforto de rolamento, este Honda prima pelo desempenho das suspensões e travões, enquanto no habitáculo os lugares são envolventes e com bom apoio lateral. Aliás, esta característica é de tal forma enfatizada nos assentos traseiros, que retira conforto ao lugar do meio.

O visor central dividido em três secções, torna prática a utilização das funcionalidades, sejam do áudio, navegação, climatização ou avaliação do desempenho de quem conduz ou estado de carga das baterias. Quanto ao preço (57.500 euros) da versão “Lifestyle” e partindo de um valor base de 45.861,65 euros, há que somar 11.637,75 euros de ecovalor, despesas logísticas e IVA.

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