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Partiu abruptamente o piloto José Fontes

Esta segunda-feira, dia 27 de maio, fica marcada pela partida inesperada de uma pessoa boa e um piloto que enchia a alma de satisfação os amigos e adversários circunstanciais nas provas de ralis. José Fontes morreu e a comunidade dos desportos motorizados não o vão esquecer. Seja pela saudade, pelo legado que deixou ou pela ajuda que dava quando alguém precisava.

CARLOS SOUSA (carlos.sousa@autolook.pt)

Se existem pessoas especiais, o Zé Fontes era uma delas. Conheci o Zé e o irmão Rui exatamente no mesmo dia. Um dia em que, tanto um como o outro, “disparavam” rajadas de sorrisos, não só por fazerem parte integrante de uma prova de ralis, que era uma das coisas que mais gostavam de fazer, como vivenciavam todos os momentos com os amigos. Os dois juntos espalhavam energia por todos os poros.

Deparei-me com a partida prematura do Zé pelo irmão Rui, na sua página de Facebook: “O meu irmão surpreendeu-me logo ao nascer do dia. Caiu por rutura de um aneurisma. Deu entrada na urgência do Hospital da Universidade de Coimbra e foi confirmada morte cerebral. É um sentimento de raiva, de incapacidade, de injustiça. Pela ordem natural devia ser eu que tenho mais idade e com certeza uma vida menos saudável. Estou sem forma de acreditar e gerir este assunto. Sinto que o que fiz e o que faço nenhum valor teve até hoje porque não consegui evitar esta tragédia. A única coisa que posso dizer é que sempre fiz coisas para lhe dar maior felicidade como faço com as minhas filhas. Hoje devia ser o dia que deveríamos ter trocado de vida”.

Foi como um receber um murro no estômago. O falecimento do Zé Fontes provocou um sentimento de enorme perda. Tive o privilégio de o conhecer e partilhar momentos deliciosos, com os automóveis e os ralis a servirem de pano de fundo. Momentos que revivia-mos com “amor” à causa, em que os irmãos Fonte e o Michel Angello Fontes – filho do Zé Fontes –, tinham o gosto espacial de levarem na viatura de competição AUTO LOOK.

O Zé Fontes era uma personalidade verdadeira, comungando, com o irmão – faziam uma dupla inseparável, até porque o Rui é também uma pessoa peculiar e autêntica –, a amizade pura e dura. Amigo do amigo, estava sempre disponível para dar a mão a quem quer que seja, independentemente de conhecer ou não.

Não achei graça nenhuma que o Zé Fontes tenha desaparecido assim sem se despedir. Quis o destino que José Fontes tenha penalizado por ter partido por avanço. Infelizmente não há nada que possamos fazer para reverter a partida antes do tempo e resgatá-lo para voltar a vê-lo sorrir.

Hoje, o automobilismo e os ralis em particular ficaram despidos. Partiu um homem e um piloto bom. Não há ninguém que fique indiferente à partida do Zé Fontes. Era aquele amigo do peito que ajudava muita gente, nem que não fosse para dar uma “injeção” de alento nos momentos mais frágeis. Era aquele estímulo que fazia muito bem à alma e que servia de antídoto para encarar as adversidades com dupla energia.

Por isso, hoje fiquei limitado a escrever. É o que acontece quando alguém morre que gostamos. Não existe outra alternativa quando pretendemos prestar-lhe a justa e legítima homenagem. Resta-nos escrever e deixar um sentido abraço à Maria Clara Fontes; à Rita Fontes, ao Michel Angello Fontes, ao Rui Fontes e, naturalmente, aos restantes familiares e amigos que, felizmente, são muitos, e que também estão dececionados pela sua partida abrupta. Descansa em paz, Zé Fontes.

 

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