Enduro

David May-Miller pelo amor aos “Six Days”

O International Six Days Enduro (ISDE) da FIM é especial. Um dos últimos grandes testes de pilotos e máquinas em competição, o que o torna único é que está aberto a todos.

carlos.sousa@autolook.pt

Todos os pilotos de todas as idades podem competir nesta competição. Nos bastidores está um pequeno mas dedicado “exército” de voluntários para os apoiar, os quais lutam por posições no pódio ou, simplesmente, lutam para chegar ao final todos os dias.

Muitos dos voluntários, de entre as mais de trinta nações que chegaram a San Juan, na Argentina, eram militantes veteranos dos “Seis Dias”. Todos os anos, os mesmos voluntários, ou outros, abrem mão do seu próprio tempo e viajam para o local onde decorre a competição para ajudar. É como se fosse, para todos eles, uma peregrinação.

David May-Miller, da Grã-Bretanha, é uma dessas pessoas. Na Argentina, com 66 anos de idade, somou o sei 29.º ISDE, porque adora passar o tempo no “paddock”.

«O meu primeiro ISDE foi em 1991, quando apoiei a equipa do Exército Britânico na Checoslováquia», recorda May-Miller, acrescentando que foi «fisgado na época e tenho voltado quase sempre desde então»

O papel de um voluntário é bastante preenchido. As partidas antecipadas e, muitas vezes, as chegadas tardias, são a norma, pois auxiliam os pilotos do Trophy e da equipa do clube ao longo do dia.

Desde o serviço matinal até as verificações de reabastecimento, ao meio-dia, e o serviço final no “paddock”, os voluntários garantem aos pilotos que recebam comida, ferramentas e combustível para a corrida. A experiência de May-Miller coloca-o no papel de coordenador da equipa de apoio da Grã-Bretanha para garantir que cada dia corra bem.

«Acho que, ao longo dos anos, vi praticamente todos os cenários que podem acontecer no ISDE para um piloto. Então, tenho uma boa experiência no que é preciso ser feito e como fazer. Ajudo a organizar os novos voluntários da equipa, para que tudo funcione em conjunto», revelou o voluntário.

É claro que David May-Miller gosta de passar o seu tempo no “paddock”. Mesmo no final de um longo quinto dia, quente e cansativo, ainda sorri, reservando o tempo para todos os pilotos e do “staff”. Perante este cenário, o que é que existe nos “Seis Dias” que o atraiu s regressar durante os últimos trinta anos?

«Calma, são as pessoas! Cada pessoa de cada país só quer ajudar. Eles querem levar os pilotos ao final desta corrida. Não importa se são de um país diferente ou não, eles farão tudo o que estiverem ao seu alcance para puderem para ajudar. Para mim, o espírito do Enduro está muito vivo no ISDE. Não é um desporto financeiro. É terminar e levar para casa um troféu ou medalha e é disso que eu gosto», concluiu May-Miller com um enorme sorriso no rosto.

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