RALIS

Figueira da Foz na onda do Rally Portugal Histórico

A Figueira da Foz recebeu esta terça-feira de braços abertos a etapa inaugural da 17.ª edição do Rally de Portugal Histórico que partiu, pela primeira vez, do Parque Eduardo VII, em Lisboa.

CARLOS SOUSA (carlos.sousa@autolook.pt) – Fotos: PAULO MARIA E JOÃO DA FRANCA / ACP

A prova de regularidade histórica do Automóvel Club de Portugal (ACP) já está na estrada e chegou à Figueira da Foz ao final do dia desta terça-feira para gáudio dos amantes dos desportos motorizados. Trata-se da 17.ª edição do Rally de Portugal Histórico que volta a reviver a história dos ralis no nosso país até ao próximo sábado.

Com um percurso com mais de dois mil quilómetros, que atravessa diferentes regiões do país, as oitenta equipas participantes ligaram esta terça-feira a capital portuguesa à capital das praias lusitanas, também conhecida pela Praia da Claridade.

A “ementa” do primeiro dia foi “sustento” que serviu de aperitivo para os participantes. Após a partida do Parque Eduardo VII, em Lisboa, pilotos e máquinas aceleraram para o Carregal, que os levaria pelo Souto, Atalaia, Sobreira Alta, Brescovo, Pisão Cimeiro, Aveleira, Seada e Zaboeira.

Entre muitas curvas e contracurvas e com muito asfalto “tomado de assalto”, a caravana deixou um rasto de espetacularidade pela passagem em Ferreira do Zêzere, Formigal Cortes e Vesparia. Estava dado o mote para o que viria logo a seguir, com as equipas a mostrar os seus dotes no Kartódromo de Leiria.

As viaturas clássicas de índole desportivo, conduzidas por afoitos pilotos, espalharam magia numa pista disputada em modo de regularidade sport. Poucas provas de regularidade na Europa atingem o estatuto do Rally de Portugal Histórico.

As equipas, provenientes dos mais diversos pontos de Portugal, assim como da Bélgica, França, Espanha, Itália, Letónia, Lituânia, Reino Unido, Rússia e Suíça, deram azo à alegria no traçado que, habitualmente, é palco de provas de karting. Depois do entusiasmo contagiante, a caravana voltou à estrada para abordar a mítica subida de Quiaios até à Serra da Boa Viagem, que a levou ao Parque Fechado, na Avenida do Brasil, na Figueira da Foz.

A dupla belga formada por Yves Deflandre e Jennifer Hugo, em Porsche 911 (1976), que venceu a edição do ano passado, chegou à Praia a Claridade no topo da classificação, secundada por Christophe Berteloot e Baptiste Gengoux, em Porsche 911 SC (1982), com Marcos Fernandez e Adolfo Gonzalez, ao volante de um Peugeot 205 GTI (1989), a ocupar a terceira posição.

Joaquim Muntada e Jan Rosa, em Porsche 911 SC (1983), alcançou a Figueira da Foz na quarta posição, enquanto os leirienses Paulo Marques e João Martins, aos comandos de um BMW 1600 (1969), encerram o “top five” e os melhores entre os portugueses.

Refira-se que Yves Deflandre e Jennifer Hugo, que em 2022 levaram o seu Porsche 911 ao terceiro triunfo no Rally de Portugal Histórico, igualaram o recorde de triunfos dos pilotos de Coimbra, João Mexia Leitão e Nuno Sales Machado.

O francês Christophe Berteloot, navegado pelo belga Baptiste Gengoux, também repete presença este ano. O objetivo é tentarem melhorar o segundo lugar do ano passado, mas à chegada à Figueira da Foz, a equipa que também tripula um Porsche 911 SC,ocupa a mesma posição do ano passado.

Os carros alemães são máquinas mais competitivas em provas deste género, mas o parque automóvel do Rally de Portugal Histórico é variado e inclui modelos como um Austin Healey 100/6 de 1957, o carro mais antigo em prova, diferentes versões do Ford Escort RS, dois Alfa Romeo Giulia Sprint, um Opel Ascona, um Chevrolet Camaro, ou exemplares mais contemporâneos, como os Renault 5 GT Turbo ou os Lancia Delta Integrale, entre muitos outros.

Referência, também, para a participação de Carlos Tavares, um dos entusiastas portugueses que não resistiu ao apelo do Rally de Portugal Histórico. O CEO do grupo Stellantis está ao volante de um Fiat 124 Spider de 1975 e faz equipa com o francês Laurent Perquin.

Depois da etapa desta terça-feira conduzir os concorrentes de Lisboa até à Figueira da Foz, para esta quarta-feira a ligação entre a Figueira da Foz e Viseu, com partida agendada para as 7h45, atravessa locais de grande beleza cénica na região Centro, como a Lousã e a Barragem da Aguieira.

Na quinta-feira, Viseu é o local de partida e chegada da penúltima etapa, que terá também incursões já tradicionais às regiões do Minho e Trás-os-Montes. A longa e decisiva etapa de sexta-feira, com início em Viseu, leva os concorrentes de regresso a Lisboa, mas com passagens emblemáticas por Arganil e pela famosa noite de Sintra, que antecede a chegada ao Parque Eduardo VII, em Lisboa.

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