RALIS

GDC reage à FPAK: Azores Rally no CPR 2024

A Direção do Grupo Desportivo Comercial vem apresentar o seguinte comunicado para divulgação imediata.

carlos.sousa@autolook.pt

“Ao longo dos últimos 4 anos, a direção do Grupo Desportivo Comercial (GDC) optou por nunca reagir formalmente às declarações feitas de forma despudorada pelo Sr. Presidente da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK), acerca do clube e dos seus eventos, nomeadamente o Azores Rallye.

Entende-se, contudo, que, em face das recentes declarações do Sr. Presidente da FPAK sobre a integração do Azores Rallye no Campeonato de Portugal de Ralis (CPR) de 2024, foram desta vez ultrapassados todos os limites da razoabilidade, obrigando-nos a tomar uma posição pública, sempre nos termos que devem pautar o relacionamento entre as instituições.

Assim sendo, vem o GDC dar nota do seguinte:

1 – Foi com perplexidade, relativamente não só à forma, mas principalmente ao conteúdo, que a direção do GDC tomou conhecimento das afirmações que o Sr. Presidente da FPAK proferiu no dia 10 de novembro passado, em Ponta Delgada, a vários órgãos de comunicação social.

2 – A forma não foi uma surpresa, uma vez que o Sr. Presidente da FPAK, já no passado, em diversas ocasiões, não esteve à altura da instituição que representa. Desta vez foi ainda mais longe, utilizando uma linguagem perfeitamente inadequada e demonstrando uma total ausência de respeito institucional por um clube que é um dos sócios fundadores da FPAK, uma instituição sexagenária e tem a prova mais antiga do CPR (desde 1968).

3 – Este pseudo-anúncio – o da não integração do Azores Rallye no CPR de 2024 –, feito através da comunicação social, sem qualquer formalismo, só revela a forma como a FPAK funciona.

4 – A surpresa está no conteúdo das declarações, pois:

a –  Em 4 de novembro de 2022 teve lugar uma reunião on-line entre a FPAK e o GDC onde foi discutida a integração do Azores Rallye no CPR de 2023. Nessa reunião, o Sr. Presidente da FPAK indicou quais os fatores que tinham de ser garantidos para que isso acontecesse: apoio aos custos de deslocação aérea e marítima das equipas provenientes de Portugal Continental e cobertura mediática através da RTP-Açores.

b – Em 8 de novembro de 2022 (passados, portanto, quatro dias) foi remetido um mail ao Sr. Presidente da FPAK com a defesa da presença do Azores Rallye no CPR de 2023, assumindo esses mesmos compromissos, nomeadamente através do envio de um mail da RTP-Açores, na pessoa do seu diretor, Rui Goulart, indicando exatamente que transmissão faria o canal regional caso o Azores Rallye integrasse o CPR.

c – No dia 9 de novembro de 2022 teve lugar uma reunião presencial com o Sr. Presidente da Associação Portuguesa de Pilotos de Ralis (APPR), José Pedro Fontes, em Lisboa, onde se apresentou um documento com as condições de participação para os concorrentes do CPR e com os dados referentes à cobertura mediática do Azores Rallye e ao seu alcance. Esse documento, por sugestão do Sr. Presidente da APPR, foi também enviado aos pilotos que normalmente disputam o CPR.

d –  No dia 10 de novembro de 2022 reencaminhamos esse mail ao Sr. Presidente da FPAK, para que este estivesse a par da situação.

e – No dia 23 de novembro de 2022 teve lugar uma reunião em formato híbrido entre a FPAK, o GDC e a APPR, nas instalações da primeira em Lisboa: presencialmente estiveram o Sr. Presidente da FPAK e o Presidente do GDC; on-line estiveram quatro outros membros da direção do GDC, dois deles vice-presidentes, e o Sr. Presidente da APPR. Nessa reunião foi o GDC informado que o Azores Rallye não integraria o CPR de 2023. Depois de apresentados vários argumentos por todas as partes, ficou então acordado que o Azores Rallye voltaria a integrar o CPR em 2024 e que seria elaborado um comunicado conjunto da FPAK e do GDC a dar nota exatamente dessa situação. Os termos desse comunicado foram discutidos entre as assessorias de imprensa das duas entidades através de e-mails e a versão final foi publicada por ambas.

f – Já este ano, em conversa telefónica no dia 11 de setembro com o Sr. Presidente da FPAK, tendo em vista o calendário do CPR de 2024, motivado pela necessidade de posicionar o Azores Rallye no calendário do Tour European Rally, o GDC relembrou o acordo entre a FPAK e o GDC, sem que a situação agora verificada tivesse sido abordada.

5 – Tudo aquilo que constava dos compromissos assumidos com a FPAK e com a APPR foi logo cumprido em 2023, nomeadamente a cobertura televisiva da RTP-Açores, mesmo sem o CPR, pelo que não se vislumbrava, nem se vislumbra ainda, nenhuma razão objetiva para a quebra da palavra do Sr. Presidente da FPAK.

6 – A alusão ao relatório do Sr. Observador da FPAK não é senão uma manobra de diversão, uma cortina de fumo lançada para desviar as atenções para as verdadeiras razões pelas quais o Azores Rallye eventualmente ficará de fora do CPR de 2024.

7 – O relatório do Azores Rallye de 2023 foi remetido ao GDC pela FPAK no dia 21 de abril deste ano, pelo que, se fosse esse um motivo válido, o assunto teria sido abordado logo nessa altura.

8 – Convém esclarecer que, nesse relatório, foram avaliados 190 itens, classificados como estando de acordo com o standard, abaixo ou acima deste. O relatório do Azores Rallye de 2023 classifica 12 desses itens como estando abaixo do standard, o que representa apenas 6,3% do total.

9 – Os aspetos que foram sendo sinalizados como irregulares foram sendo corrigidos quase imediatamente, alguns por intervenção ou sugestão do Sr. Observador da FPAK, como é, aliás, suposto acontecer.

10 – O relatório não foi perfeito – nenhum o é –, teve aspetos negativos, mas teve outros positivos, em número bem superior, não sendo seguramente “miserável”, como o Sr. Presidente da FPAK qualifica inexplicavelmente.

11 – Foi evidente a preocupação do Sr. Observador da FPAK Ao longo do Azores Rallye com a confusão que estava instalada na prova que o substituiu no CPR de 2023, traduzida em frequentes e longas chamadas telefónicas com os seus colegas aí presentes, na busca de soluções para as inúmeras irregularidades que se verificavam naquela prova, onde se recorda que foram anuladas diversas provas especiais e atribuídos administrativamente tempos em outras tantas, além de toda uma confusão geral que se apoderou daquele evento.

12 – Durante este ano fomos ouvindo dos concorrentes comentários pouco abonatórios relativamente a várias provas do CPR, nalguns casos incidindo sobre a verdade desportiva, sem que essas provas tivessem merecido comentários equivalentes do Sr. Presidente da FPAK.

13 – No passado pudemos testemunhar situações gravíssimas em outras provas do CPR, incluindo fatalidades, sem nenhuma consequência para as mesmas.

14 – A FIA chegou a utilizar uma das provas do CPR como exemplo do que não deve ser feito em termos de segurança, em formações para oficiais de prova onde estiveram presentes vários elementos da FPAK e do GDC.

15 – O facto de os relatórios não serem públicos vai sempre provocar uma nebulosa em volta deste tema, permitindo à FPAK uma ação discricionária, utilizando-os como argumento contra ou a favor, conforme o interesse que tenha.

16 – É incorreto dizer que “os pilotos não querem vir correr aos Açores”.

17 – Sr. Presidente da FPAK deveria ter explicado que foi colocada uma questão aos pilotos associados da APPR relativamente a que prova preferiam efetuar: se o Azores Rallye, se o Rallye Casinos do Algarve. Isto segundo o que nos explicou o Sr. Presidente da APPR. Como é fácil de entender, a maioria indicou preferir fazer uma prova mais perto da zona onde reside, por muito que goste – e gosta – de participar no Azores Rallye.

18 – E, apesar de instado a isso, o Sr. Presidente da FPAK nunca indicou por que razão essa pergunta foi colocada relativamente ao Azores Rallye e ao Rallye Casinos do Algarve, que na altura se disputavam em tipos de piso diferentes.

19 – Para a subida ao CPR de um rali de asfalto, observado para essa subida enquanto rali de asfalto, faria sentido ir substituir um dos ralis de asfalto que integrassem essa competição. Teria feito muito mais sentido colocar essa questão relativamente ao Rallye Casinos do Algarve e ao Rali Vinho da Madeira, que se disputavam no mesmo tipo de piso.

20 – Mas a FPAK optou por promover a alteração do tipo de piso da prova, com os efeitos muito negativos que se verificaram depois.

O GDC não se revê nesta forma de ação de um órgão que existe para defender os interesses da modalidade, esperando que o Sr. Presidente da FPAK se retrate das afirmações que proferiu e, mantendo a palavra dada, integre o Azores Rallye no CPR de 2024”.

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