Capotanço coloca Laia Sanz fora do Rali Dakar
A piloto espanhola, navegada por Maurizio Gerini, colocou um ponto final na 47.ª edição do Rali Dakar, depois de dois capotamentos com o Century CR6-T, um V6 biturbo 2.900cc de 400cv. Este é o primeiro abandono da catalã de 39 anos em 15 participações no Dakar.
CARLOS SOUSA (carlos.sousa@autolook.pt)
«É uma pena começar o Dakar assim. Ficamos sem a terceira mudança ao quilómetro 20, mas estávamos a imprimir um ritmo consistente, por vezes devagar, devido ao excesso de poeira. E foi nesta altura que ficámos sem os instrumentos de navegação, os quais deixaram de funcionar», começou por referir a experiente piloto catalã.
Perante este cenário, Laia Sanz optou «por prossegui tranquilamente para terminar a etapa mas, a 70 km do final, embatemos numa pedra, que não vimos pela poeira, e viramos a viatura».
«Ainda tentámos consertar os estragos, mas tivemos de esperar pelo camião de assistência rápida. Estou muito magoada, porque estávamos indo muito bem, apesar das coisas terem acontecido. É tão irritante ter tido tanto azar quando estávamos bem e pensei que poderia ser um bom ano. Lutámos com todas as nossas forças para terminar a especial, com o intuito de podermos estar à partida da 48h, mas infelizmente, a sorte virou-nos as costas», confidenciou Laia Sanz.
O Century CR6-T ficou demasiado danificado e esta é o primeiro abandono de Laia Sanz em 15 participações no Dakar. Refira-se que Laia Sanz é a grande referência feminina no mundo do todo-o-terreno e do Rali Dakar em particular. A piloto catalã, de 39 anos, conseguiu terminar todas as participações, desde que se estreou em 2011 numa moto e é a única espanhola a consegui-lo.
Laia Sanz conquistou a vitória feminina nas duas rodas ao cabo de 11 participações nesta disciplina e, em 2015, conseguiu entrar no “top 10” da classificação geral nas duas rodas com um espetacular e ainda hoje histórico 9.º lugar. A piloto catalã, já tinha afirmado, antes do início da competição, que «o Dakar está a perder a magia».