WRC

“Estrelas” do WRC brilham nos Alpes franceses

O pano volta a subir para mais uma nova temporada do Campeonato Mundial de Rally da FIA. Desta quinta-feira a domingo, pilotos e máquinas terão pela frente a difícil missão de enfrentar o lendário Rallye Monte-Carlo, este ano a desenvolver próximo da cidade alpina de Gap.

Texto: CARLOS SOUSA (carlos.sousa@autolook.pt) – Fotos: JOÃO RICARDO BRANCO

Os ingredientes são mais do que muitos e prometem trazer muita emoção aos Alpes franceses, que contam com casa cheia para assistir à prova inaugural do Campeonato do Mundo de Ralis (WRC) que irá colocar quatro continentes ao rubro. Treze etapas aguardam com expetativa a 52.ª temporada do WRC, começando o novo ano em grande estilo, com o famoso Principado do Mónaco a dar lugar à cidade alpina francesa de Gap que já abriu a porta de entrada a 70 viaturas.

O Rallye Monte-Carlo, o evento mais antigo do calendário do WRC e, provavelmente, o mais imprevisível do ano, desenvolve-se nas estradas de asfalto relativamente simples no alto das montanhas, mas complicadas pelo clima de inverno, dificultando, por exemplo, a escolha de pneus.

O WRC apresenta também um sistema de pontos completamente renovado, trazendo mais emoção e intriga às etapas finais do rali na manhã de domingo. A estrutura atribui até 18 pontos com base na classificação geral após o dia de sábado, até mais sete pontos para performances no domingo, mantendo os tradicionais cinco pontos de bónus para a “power stage” com que termina o rali.

Estas atualizações mantêm o conceito central de determinar um vencedor em termos gerais e, como sempre, a equipa terá o menor tempo ao longo da competição para ser coroada vencedora.

“DANÇA DAS CADEIRAS” DURANTE O DEFESO

A Toyota Gazoo Racing, atual campeã de construtores, apresenta em 2024 três viaturas para a abertura da temporada, liderada pelo vice-campeão do ano passado, Elfyn Evans, filho de Gwyndaf Evans, antigo campeão britânico de ralis, inicia a sua quinta temporada com a equipa nipónica.

O galês, que terá na equipa o japonês Takamoto Katsuta, assume o lugar a tempo inteiro com uma das viaturas Toyota GR Yaris Rally1, que marca pontos. Já o francês Sébastien Ogier, nove vezes vencedor de Monte-Carlo, vai conduzir o terceiro GR Yaris Rally1, enquanto o atual campeão mundial, o finlandês Kalle Rovanperä, completa o programa parcial para a Toyota Gazoo Racing este ano, iniciando a odisseia do Mundial de Ralis na Suécia, no próximo mês de fevereiro.

Por seu turno, a Hyundai Motorsport “resgatou” o estónio Ott Tänak, depois de ter passado a temporada passada na M-Sport Ford. Ott Tänak venceu nove ralis com o construtor sul-coreano entre 2020 e 2022. Agora, Ott Tänak pretende fazer história e conquistar o primeiro título de piloto para a Hyundai Motorsport, tendo anteriormente conquistado o título ao volante de um Toyora Yaris, em 2019.

O cinco vezes vice-campeão do campeonato, o belga Thierry Neuville, lidera a “armada” do Hyundai i20 N Rally1, com Ott Tänak, enquanto o atual campeão do WRC2, Andreas Mikkelsen – de volta ao nível mais alto do WRC pela primeira vez desde 2019 – regressa para conduzir a terceira viatura da equipa no Rally Monte-Carlo. O piloto norueguês vai alternar as corridas com o espanhol Dani Sordo e o finlandês Esapekka Lappi ao longo da temporada.

A M-Sport Ford apresenta uma formação jovem, com Adrien Fourmaux e Grégoire Munster, dupla que enfrenta a temporada de 2024 na totalidade, a partir do interior dos Ford Puma Rally1.

O francês Adien Fourmaux regressa a tempo inteiro ao Rally1 com a M-Sport, tendo competido no WRC2 – a principal categoria de apoio do WRC – em 2023, enquanto 2024 marca a primeira temporada completa de Grégoire Munster no auge dos ralis, tornando-o no primeiro luxemburguês a alcançar a proeza.

SÉBASTIEN OGIER COM AMBIÇÃO REDOBRADA

O piloto francês Sébastien Ogier vai procurar encontrar o caminho para chegar à décima vitória no Rallye Monte-Carlo, que tem a seu favor as estradas que ficam muito próximas da sua cidade natal, Gap. Aos 40 anos de idade, o piloto francês da Toyota GAZOO Racing não dá nada como garantido, sabendo o quão desafiadoras as estradas podem ser.

«Para mim este é um evento obrigatório e há muitas esperanças para este primeiro rali. Penso que é a prova que temos de respeitar mais do que qualquer outro, pois as condições podem ser muito desafiantes, o que significa que nada está garantido. Os números nunca são a minha principal motivação, mas se conseguisse a décima vitória neste evento seria algo muito especial», confidenciou Sébastien Ogier.

A prova de abertura do Mundial de Ralis inicia-se na Praça do Cassino de Mónaco, na tarde desta quinta-feira, com os pilotos a terem de enfrentar 17 especiais, ao longo de 324,44 km antes da chegada, no domingo à tarde, no centro de Mónaco.

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