MotoGP

Um mundo todo às costas a cada Grande Prémio

Aviões, camiões, milhares de pessoas e toneladas de materiais fazem parte da logística do Mundial de motociclismo de velocidade, que arrancou este fim de semana com o Grande Prémio de Portugal.

carlos.sousa@autolook.pt

Quem passa pelo “paddock” do Autódromo Internacional do Algarve (AIA), em Portimão, percebe de imediato a quantidade de meios alocados a um Grande Prémio, com camiões, edifícios das equipas, montados a cada corrida, e centenas de pessoas com as cores da equipa, identificados como elementos da Dorna, jornalistas acreditados ou meros convidados.

Numa curta volta ao autódromo veem-se os “marshals” e assistentes de pista e várias equipas médicas e ambulâncias espalhadas ao longo do percurso, a postos para rapidamente socorrer um piloto, como aconteceu na sexta-feira, com o violento acidente do espanhol Pol Espargaró (GasGas).

Na torre do Autódromo Internacional do Algarve pode ver-se praticamente a totalidade do complexo desportivo inaugurado em 2008, concebido para oferecer todas as facilidades aos mais variados setores da indústria motorizada. Ricardo Teodósio e José Teixeira, campeões nacionais de ralis absolutos em 2019 e 2021, subiram à torre na qualidade de convidados de excelência para ver os “ases” das duas rodas.

Também encontrámos uma “família” muito peculiar: a família sempre unida em prol daquilo que acreditam, representada por Jorge Viegas (presidente da FIM), Manuel Marinheiro (presidente da FMP) Armando Marques, Braza Tavares, Gaspar Gago, José Júlio Abreu e Bernardo Villar. Uma “naipe” de personalidades envolvidas nos desportos as das rodas e que muito orgulha o país.

A “ação” começou logo na quinta-feira, com fotos, conferências de imprensa, mas, para os elementos das equipas, já começou bem antes, com a preparação dos camiões, dos centros de hospitalidade, normalmente nas terça-feiras antes dos grandes prémios, com a chegada das equipas a obedecer a uma ordem específica.

Em Portimão, por ser a primeira prova, e por já terem sido realizados testes de pré-temporada anteriormente, algumas equipas já tinham tudo montado com mais antecedência.

Este domingo, logo após o final das corridas, tudo começa a ser desmontado e preparado para ser transportado para o próximo grande prémio, que, neste caso, será na Argentina, pelo que algumas estruturas, como os centros de hospitalidade, ficam em terra.

Para levar tudo para Argentina, e depois para os Estados Unidos, vão ser fretados, de acordo com números cedidos pela organização, quatro Boeing 747, além de 50 camiões, para transportar 360 toneladas de material ao longo de mais 80.000 quilómetros fora da Europa.

Quando as provas são na Europa, todo o material é transportado em quase 280 camiões, que fazem cerca de 15.000 quilómetros entre corridas. As equipas têm 61 camiões, mais 28 de transporte das motos, com a Dorna, entidade organizadora, a ter mais 16, aos quais se juntam 174 das infraestruturas de hospitalidade e apoio.

Em média, em cada fim de semana, são mais de 4.000 as pessoas que estão nos circuitos, com as estrelas, os pilotos, a serem 84, distribuídos por três categorias e 50 equipas. A dar todo o apoio aos grandes protagonistas estão, em média, 1.697 elementos das equipas, entre mecânicos, responsáveis ou pessoal de ligação à imprensa, que acredita mais de 500 jornalistas por corrida.

A organização tem uma estrutura com mais de 1.500 pessoas, com o maior número a estar associado ao serviço de pista, entre “marshals”, assistentes e pessoal médico, com cerca de 750 pessoas, em média.

O resto da organização tem quase 500 pessoas, enquanto a Dorna leva a cada grande prémio mais de 300 elementos. A estes números, já por si elevados, juntam-se os convidados, que passeiam pelo “paddock”, zonas de venda de “merchandising”, bancadas ou na entrada do AIA.

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