DAKAR

Daniel Sanders vitorioso de fio a pavio no Dakar

Ainda agora terminou a prova da Amaury Sport Organisation (ASO) e a estrela australiana de todo-o-terreno já está ansiosa para vencer, de novo, a competição mais dura e difícil do mundo para as cores da Red Bull KTM Factory Racing.

carlos.sousa@autolook.pt

Daniel Sanders liderou de início ao fim a categoria de motos do Rali Dakar 2025 referente à 47.ª edição do Rally Dakar de todo-o-terreno, corrida mais dura do mundo que decorreu na Arábia Saudita. O piloto australiano está ansioso por acrescentar mais troféus à sua coleção, depois de subir ao degrau mais alto do pódio.

Sanders, que também é conhecido pela alcunha de “Chucky”, é proveniente da cidade rural vitoriana de Three Bridges – onde cresceu numa quinta de maçãs –e, depois de começar a montar a cavalo, aos 13 anos, teve uma carreira júnior exemplar que atingiu o auge com a conquista do Troféu Mundial Júnior da FIM para a equipa australiana.

Participando, frequentemente ao lado do seu compatriota Toby Price, Daniel Sanders tornou-se campeão do International Six Days Enduro de 2018 (ISDE), depois de sagrar-se campeão australiano de Enduro em 2019, antes de se juntar à KTM Factory Racing Rally Team em 2020 para correr com Toby Price, piloto que já tinha conquistado dois títulos do Dakar.

A sua estreia no Rali Dakar de 2021 colocou-o firmemente no cenário global, terminando num excelente quarto lugar , a somente 38m52s do vencedor, o argentino Kevin Benavides – com duas vitórias em etapas de 2022, uma vitória em etapas de 2023 e um top 10 em 2024, consolidando a sua promessa a este nível.

Este ano, no entanto, pareceu determinado a melhorar consideravelmente a sua performance desde o início, conquistando vitórias no Prólogo de abertura, na primeira e segunda etapa, construindo uma vantagem de 12 minutos sobre o seu concorrente mais próximo.

A sua liderança caiu depois para apenas 6m51s para o seu mais direto opositor, com o piloto de 30 anos a somar vitórias na quarta e sétima etapa a caminho de terminar com 8m50s à frente do espanhol Tosha Schareina e conquistar o 20.º título para a KTM na categoria de motos.

Daniel Sanders, que venceu cinco etapas no total para igualar a conquista de 2016 do seu compatriota Toby Price nas duas rodas, não escondeu o seu legítimo entusiasmo: «Vencer esta corrida é uma sensação enorme. Quando cheguei à última duna e vi o acampamento, senti arrepios instantâneos por todo o corpo. Todas as emoções simplesmente começaram a aparecer».

Em termos do que mudou na sua preparação pré-corrida, o piloto australiano afirmou que bastou «trabalhar arduamente com a equipa e comigo mesmo para fazer mais e melhor. Do ano passado aprendemos com todos os nossos erros e onde precisávamos de ser melhores, e a equipa foi embora, trabalhando para o efeito, em que também trabalhei em tudo o que precisava para recuperar e ficar mais forte fisicamente».

«O primeiro teste real foi em Marrocos – o piloto ganhou o título de moto do Rallye du Maroc de 2024 – e sabíamos que estávamos numa boa posição, por isso fizemos um pequeno ajuste a partir daí e saímos totalmente focados. Eu estava em forma e forte, por isso sabia que tinha de me concentrar no que precisava de fazer para vencer o Dakar», sublinhou o piloto australiano.

Com o compatriota Toby Price a “emigrar” para a categoria Ultimate na sua estreia no Dakar nesta classe este ano, Daniel Sanders sabia que tinha um grande peso de expectativa sobre os seus ombros por parte dos seus apoiantes na Austrália, país natal.

«A cultura australiana passa, necessariamente, por nunca desistir, dar tudo de si e não abdicar de nada. Trazer o troféu para a Austrália e exibi-lo será muito especial para a minha família e amigos que me apoiaram durante todo o percurso. Estiveram sempre ao meu lado nos altos e baixos», revelou.

A partir de agora, que tem um precioso título conquistado na categoria de motos no Rali Dakar, Daniel Sanders está muito ansioso por conquistar mais títulos para a sua carreira nas duas rodas de todo-o-terreno.

«Continuo a focar-me no meu trabalho e todo o trabalho por trás parece estar melhor. Já sabemos onde precisamos de melhorar para o ano e para o próximo compromisso desportivo. Vamos trabalhar nesse sentido e celebrar durante alguns meses, tenho a certeza. Será emocionante voltar e ver o que vem a seguir», finalizou.

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