Honda ZR-V eHEV Sport: Soluções partilhadas
Mediante utilização do motor 2.0 litros conhecido do Civic, a marca japonesa propõe um “SUV” intermédio. Concede mais espaço face ao HR-V, e não chega ao custo de um CR-V.
FAUSTO MONTEIRO GRILO
O ZR-V híbrido partilha a plataforma e motorização com o Civic, cuja variante Type R evidencia características desportivas. Daí que o posicionamento da marca japonesa aponte para a variante “sport” neste automóvel familiar que, por 68 mm, excede os quatro metros e meio de comprimento (4.568 mm).
A cota de largura que regista mais 50 mm face à do HR-V, chega quase aos dois metros (1.898 mm) com os retrovisores recolhidos, e passa o número redondo, quando medida entre os topos dos retrovisores (2.093 mm). A altura passa o metro e meio (1.620 mm) com esta cota 59 mm mais baixa que a do CR-V, perante o qual tem aproximados tara e peso rebocável.
Na bagageira e consoante versões, a volumetria começa nos 370/390 litros, sendo modulável a 876 ou 1.322 litros, mediante rebatimento dos assentos traseiros ou total aproveitamento de bagagens até ao teto.
Em território nacional o ZR-V é classe 1, enquanto além-fronteiras, o Euro NCAP atribuiu quatro estrelas (Dez 2023) em termos de segurança, para isso contribuindo a existência de “airbags” frontal, joelhos, central e laterais, com estes últimos a proteger os lugares traseiros.
A motorização tem por base o bloco de 2.0 litros (1.993 cc DOHC 16V) com injeção direta, e ciclo Atkinson com variação na abertura nas válvulas de admissão. Todavia, o destaque vai para a designação “i-MMD” – intelligent multi mode drive – que revela o funcionamento do híbrido, no qual a predominância de potência cabe ao elétrico.
A potência máxima do gasolina é de (105 kW) 143 cv, enquanto o elétrico chega aos (135 kW) 184 cv. A seleção dos quatro modos de utilização (eco, normal, sport e neve) cabe a quem conduz, mas a gestão entre o funcionamento do motor a gasolina e o elétrico, é efetuada de forma automática.
Através de patilhas colocadas atrás do volante, é possível nivelar a eficácia da retenção, com esta a regenerar energia elétrica de forma mais eficaz, ao mesmo tempo que permite poupar o sistema de travagem.
Mediante ampla abertura das portas os acessos são bons, e o interior concede boas cotas medidas ao nível da cabeça, ombros e pernas. Para quem se sentar ao volante, existem vários ajustes que facilmente permitem encontrar uma boa posição de condução, boa ergonomia para chegar aos comandos e boa visibilidade para a frente e laterais.
Para a traseira e como acontece com a generalidade dos automóveis actuais, é preciso contar com a visualização nas manobras de marcha-atrás, através do visor central de 9”. Neste visor táctil também encontramos menus e sub-menus para áudio, navegação, e algumas configurações do sistema de apoio à condução ADAS. A existência de portas “USB” dos dois tipos, e os espaços para arrumos, complementam um interior que prima pelo espaço e funcionalidade.
Ao volante deste automóvel equipado com jante 18” e pneus 225/50, as primeiras impressões apontam para alguma reatividade, com o modo “sport” a evidenciar um pouco mais de eficácia, tanto nas acelerações como nas reprises.
No entanto, nos restantes modos de utilização, em especial no “eco” o comportamento dinâmico sai beneficiado, tanto na suavidade de utilização como na progressividade conseguida através dos automatismos, quer da transmissão de variação contínua, como da gestão entre motores a combustão e elétrico.
As suspensões independentes concedem um bom nível de conforto de rolamento, num automóvel bem insonorizado, sendo pouco perceptível a presença do motor a gasolina. Num breve contacto ao volante e em percurso misto (AE+EN+Urbano) à média de 43 km/h foi posível registar um consumo médio de 4,9 litros/100 km.
Nos números mais importantes e arredondando, o ZR-V eHEV Sport custa 49.750 euros. Os valores começam nos 34.298,69 euros do preço-base, aos quais é preciso acrescentar 5.058,90 euros de ISV, 4,20 euros de ecovalor, 1.085,37 eurosde despesas logísticas e 9.052,24 de IVA.
