Nasser Al-Attiyah tem o triunfo (quase) na mão
O príncipe do Qatar é “rei e senhor” da 45.ª edição do Dakar que, após o abandono do segundo e terceiro classificados, desfrua agora de 1h06m50s de vantagem sobre Henk Lategan (Toyota) e 1h13m19s sobre o brasileiro Lucas Moraes (Toyota), que é terceiro.
PEDRO RORIZ E CARLOS SOUSA (auto.look2010@gmail.com)
O qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota) tem tudo a seu favor para repetir o triunfo do ano passado, depois do francês Stéphane Peterhansel (Audi) e o espanhol Carlos Sainz (Audi) terem caído no mesmo buraco. Um desfecho em que Edouard Boulanger, navegador do piloto francês, recordista de vitórias na prova, com 14, que era o segundo classificado da geral, teve de ser conduzido ao hospital para observação.
Logo a seguir, na mesma duna, o espanhol Carlos Sainz (Audi), terceiro classificado da prova, também aterrou de forma violenta, arrancando uma roda e danificando a bateria do Audi RS Q E-Tron, acabando fora de prova.
«Acho que foi um erro do piloto e do copiloto, que cruzaram a duna demasiado pela direita. Naquele sítio devia passar-se mais à esquerda», comentou Nasser Al-Attiyah, no final. Carlos Sainz disse que já só viu «Peterhansel pelo ar» antes de cair na mesma armadilha.
Quatro quilómetros mais à frente, o saudita Yazeed Al-Rajhi (Toyota), que era o terceiro da geral, sofreu problemas mecânicos que o atrasaram mais de cinco horas, afundando-se na classificação.
Com todo este cenário, o qatari, tal como sucedeu ontem, voltou a ser o mais rápido, desta feita à frente do francês Sébastien Loeb (BRX), a 3m29s, e do sul-africano Henk Lategan (Toyota), seu escudeiro na marca nipónica, em terceiro, a 8m52s.
PAULO FIÚZA TERMINA NO “TOP FIVE”
O navegador português Paulo Fiúza (Hunter), que é co-piloto do lituano Vaidotas Zalas, terminou na quinta posição, a 10m33s do vencedor. Paulo Fiúza é 132.º, atrás de José Marques, que navega o lituano Gintas Petrus (Petrus Racing).
Em termos de geral, Nasser Al-Attiyah passa a dispor de mais de uma hora de vantagem sobre o seu mais directo perseguidor, Henk Lategan, e, com a sua experiência, só algo de muito inesperado o poderá fazer perder um triunfo que parece garantido, depois daqueles que seriam os seus mais diretos adversários terem sucumbido à imprevisibilidade do Dakar. Entretanto a Toyota ocupa as quatro primeiras posições da geral, algo que, à partida, não parecia possível de acontecer.
Nos veículos ligeiros (SSV), Hélder Rodrigues (Can-Am) foi oitavo entre os T3 (protótipos), a 16m12s do vencedor, o belga Guillaume de Mevius (Grally).
João Ré foi nono, navegando o saudita Saleh Alsaif (Can-Am), a 16m49s. João Ferreira (Yamaha) foi o 15.º e Ricardo Porém (Yamaha) o 16.º. «Depois de um dia menos positivo, a estratégia para hoje era não ter problemas e ganhar confiança. A tarefa não era fácil, uma vez que enfrentávamos a etapa mais longa deste Dakar 2023. A verdade é que conseguimos cumprir o grande objetivo e o resultado acabou por ser positivo e em linha com a estratégia delineada», disse o líder da equipa, Ricardo Porém.
Na classificação geral, João Ré é o melhor luso, na sexta posição. Ricardo Porém é 16.º, Hélder Rodrigues é 34.º e João Ferreira 39.º.
Nos T4 (veículos derivados de série), o português Fausto Mota, que navega o brasileiro Cristiano Batista (Can-Am), foi sexto, a 7m44s do vencedor, o polaco Marek Goczal (Can-Am). Pedro Bianchi Prata, que navega o brasileiro Bruno Oliveira (Can-Am), foi 13.º.
Na geral, Fausto Mota é oitavo, a 1h36m55s do líder, o brasileiro Rodrigo Oliveira (Can-Am), logo seguido de Pedro Bianchi Prata, que é nono.
CONDIÇÕES ATMOSFÉRICAS DIFÍCEIS
As condições atmosféricas voltam a condicionar o Dakar, obrigando a organização a refazer o programa, uma vez que o local previsto para o acampamento em Al Duwadimi estava impraticável.
Para hoje estava prevista a ligação de Ha’il a Al Duwadimi, naquela que seria a etapa mais extensa da prova, mas o mau tempo levou a que a caravana rume, após um Setor Seletivo mais curto, mas cumprindo o trajeto idealizado, diretamente a Riyadh, onde só devia chegar no domingo, uma vez que para amanhã estava prevista uma etapa com a partida de chegada a Al Duwadimi.
Para amanhã, sábado, a decisão passa por cumprir o Setor Seletivo previsto, no caso da etapa ter partida e chegada a Al Duwadimi, onde a caravana pernoitará se houver condições para isso, pois caso contrário voltará a rumara Riyadh.
A caravana enfrenta uma especial de 333 quilómetros, entre Riade e Al Dawadimi, na Arábia Saudita, correspondente à sétima de 14 etapas previstas. Para no domingo a decisão será tomada mais tarde, em função da evolução das condições atmosféricas.
CLASSIFICAÇÕES
SECTOR SELECTIVO (358 KM)
AUTOMÓVEIS – 1.º, Nasser Al-Atiyah/Mathieu Baumel (Toyota), 3.13’12”; 2.º, Sébastien Loeb/Fabian Lurquin (Hunter), 3.16’41”; 3.º, Henk Lategan/Brett Cummings (Toyota), 3.22’04”; 4.º, Guerlain Chicherit/Alex Winocq (Hunter), 3.22’24”; 5.º, Vaidotas Zala/Paulo Fiúza (Hunter), 3.23’45”; 6.º, Mattias Ekstrom/Emil Bergvist (Audi), 3.24’11”; 7.º, Lucas Moraes/Timo Gottschalk (Toyota), 3.24’48”; 8.º, Mathieu Serradori/Loic Minaudier (Century), 3.25’48”; 9.º, Jakub Przygonski/Armand Monleon (Mini JCW), 3.25’57”; 10.º, Brian Baragwanath/Leonard Cremer (Century), 3.29’16”
SSV (T3) – 1.º, Guillaume De Mevius/François Cazalet (OT3), 3.39’43”; 2.º, Austin Jones/Gustavo Gugelmin (BRP Maverick), 3.41’22”; 3.º, Seth Quintero/Dennis Zenz (BRP Maverick), 3.42’09”; 4.º, Mitchell Guthrie/Kellon Walch (By MCE-5 Development), 3.43’10”; 5.º, Francisco Lopez Cortado/Juan Pablo Latrach (CAN-AM XRS), 3.45’16”; …; 7.º, Hélder Rodrigues/Gonçalo Reis (CAN-AM Maverick XRS), 3.55’55”; 8.º, Saleh Alsaif/João Pedro Ré (CAN-AM X3), 3.56’32”; …; 15.º, João Ferreira/Filipe Palmeiro (Yamaha X-Raid), 4.07’08”; 16.º, Ricardo Porém/Agusto Sanz (Yamaha X-Raid), 4’11’41”
SSV (T4) – 1.º, Marek Gozcal/Maciej Marton (CAN-AM Maverick XRS Turbo), 3.43,18”; 2.º, Michal Gozcal/Szymon Gospodarczyk (CAN-AM Maverick XRS Turbo), 3’45’44”; 3.º, Gerard Farres Guell/Diego Ortega (CAN-AM Maverick XRS Turbo), 3.48’22”; 4.º, Rokas Baciuska/Oriol Vidal (CAM-AM Maverick XRS Turbo), 3.49’28”; 5.º, Rodrigo Luppi de Oliveira/Maykel Justo (CAN-AM Maverick XRS Turbo), 3.49’35”; 6.º, Cristiano Batista/Fausto Mota (CAN-AM Maverick X3), 3’51’02”; …; 13.º, Bruno Conti de Oliveira/Pedro Bianchi Prata (CAN-AM Maverick), 4.04’13”
GERAL
AUTOMÓVEIS – 1.º, Nasser Al-Attiyah/Mathieu Baumel (Toyota), 24.00’48”; 2.º, Henk Lategan/Brett Cummings (Toyota), a 1.06’50”; 3.º, Lucas Moraes/Timo Gottschalk (Toyota), a 1.13’19”; 4.º Giniel De Viliers/Dennis Murphy (Toyota), a 1.44’38”; 5.º, Mattias Ekstrom/Emil Begkvist (Audi), a 1.46’55”; 6.º, Sébastien Loeb/Fabian Lurquin (Hunter), a 1.57’10”; 7.º Romain Dumas/Max Delfino (Toyota), a 2.13’07”; 8.º, Martin Prokop/Viktor Chytka (Raptor RS Cross Country), a 2.13’30”; 10.º, Brian Baragwanath/Leonard Cremer (Century), a 2.20’33”; 10.º, Wei Han/Ma Li (SMG), a 2.49’27”; …; 25.º, Vaidotas Zala/Paulo Fiúza (Hunter), a 68.01’47”
SSV (T3) – 1.º, Guillaume De Mevius/François Cazalet (OT3), 27.55’22”; 2.º, Austin Jones/Gustavo Gugelmin (BRP Maverick), a 8’59”; 3.º, Seth Quintero/Dennis Zenz (BRP Maverick), a 1.08’15”; 4.º, Francisco Lopez Cortado/Juan Pablo Latrach (CAN-AM XRS), a 2.45’23”; 5.º, Cristina Gutierrez/Pablo Moreno (BRP Maverick), a 2.53’59”; 6.º, Saleh Alsaif/João Pedro Ré (CAN-AM X3), a 3.34’55”; …; 13.º, Ricardo Porém/Agusto Sanz (Yamaha X-Raid), a 9.16’11”; …; 16.º, Hélder Rodrigues/Gonçalo Reis (CAN-AM Maverick XRS), 34.06’01”; …; 18.º, João Ferreira/Filipe Palmeiro (Yamaha X-Raid), a 45.08’18”
SSV (T4) – 1.º, Rodrigo Luppi de Oliveira/Maykel Justo (CAN-AM Maverick XRS Turbo), 29.02’55”; 2.º, Rokas Baciuska/Oriol Vidal (CAN-AM Maverick XRS Turbo), a 20’17”; 3.º, Marcel Gozcal/Maciej Marton (CAN-AM Maverick XRS Turbo), a 22’32”; 4.º, Eryk Gozcal/Oriol Mena (BRP CAN-AM Maverick XRS Turbo), a 23’34”; 5.º, Gerard Farres Guell/Diego Ortega (CAN-AM Maverick XRS Turbo), a 27’35”; …; 8.º, Cristiano Batista/Fausto Mota (CAN-AM Maverick X3), a 1.36’55”; 9.º, Bruno Conti de Oliveira/Pedro Bianchi Prata (CAN-AM Maverick), a 2.04’09”.
