Yazzed Al Rahji bate Nasser Al-Attiyah na etapa
Aos comandos de uma Toyota Hilux Overdrive, o piloto saudita foi o mais rápido entre o pelotão dos automóveis na segunda etapa do Dakar, relegando para a segunda posição o qatari Nasser Al-Attiyah, em Dacia Sendriders, numa tirada marcada por acidentes e abandonos…
PEDRO RORIZ E CARLOS SOUSA (carlos.sousa@autolook.pt)
Como consequência dos concorrentes estarem espalhados pelos seis acampamentos existentes ao longo do percurso e nos quais tiveram que parar, a partir das 17h00 locais, não há classificações da etapa, mas apenas os tempos registados até ao momento em cada piloto cessou o andamento.
Nos automóveis, o dia foi marcado pelo duelo entre o saudita Yazzed Al Rahji (Toyota Hilux Overdrive) e o qatari Nasser Al-Attiyah (Dacia Sendriders), que foram trocando de posição ao longo da etapa maratona,
Contudo, à chegada ao acampamento, o mesmo onde estão as motos, o piloto saudita ganhou 1m19s ao qatari, únicos a percorrerem a distância em menos de sete horas, com o sueco Mattias Ekström (Ford Raptor) a registar o terceiro tempo, até ao momento, mas já a 8m53s de Yazzed Al Rahji.
O português João Ferreira (Mini JCW Rally 3.0D) terminou o dia na 18.ª posição, depois de ter andado a maior parte do tempo para lá do 20.º lugar, situação que se poderá verificar, quando, amanhã, depois de todos terem terminado o Setor Seletivo.
O dia foi mau para dois candidatos à vitória: o espanhol Carlos Sainz (Ford Raptor), que capotou e perdeu cerca de 50 minutos, e o francês Sébastien Loeb (Dacia Sendriders), que ficou parado e perdeu cerca de 30 minutos para os homens da frente.
O problema de Loeb custou caro a Cristina Gutiérrez. A piloto espanhola de Burgos, como era previsível, teve que fazer o trabalho de equipa, decidindo ajudar o piloto francês, custando-lhe imenso tempo perdido.
Por seu turno, a catalã Laia Sanz, considerada a rainha do Dakar, regressou mais cedo a casa, devido a um capotanço com o seu Century, com uma barra de segurança dobrada. Pela primeira vez em 15 participações, a piloto de 39 anos abandonou a prova, mas já pensa na 16.ª presença na mítica competição de todo-o-terreno.
Refira-se que a barra de aço de segurança da viatura ficou dobrada por dois milímetros e, de acordo com as regras impostas pela FIA, foi o suficiente para Laia Sanz não prosseguir em prol da sua segurança. Em causa está a barra que protege a cabeça da experiente piloto que ficaria comprometida.
DANIEL SANDERS MANTÉM O COMANDO NAS MOTOS
Quanto às duas rodas, apenas 20 pilotos, entre os quais dois portugueses, chegaram ao quinto acampamento, com o australiano Daniel Sanders (KTM) a manter o comando da prova, depois de só nos primeiros 50 km ter sido superado pelo americano Ricky Brabeck (Honda).
Nesta altura, e depois de cumpridos os primeiros 690 km, dos 947 km que tem a etapa, Daniel Sanders ganhou 40 segundos a Ricky Brabec (Honda) e 3m51s ao botswano Ross Branch (Honda), o que lhe permite cimentar a posição de comandante nas duas rodas.
Entre os portugueses Rui Gonçalves (Sherco) é 18.º no momento da paragem, duas posições à frente de António Maio (Yamaha), com Bruno Santos (Husqvarna) a ficar no acampamento anterior, onde chegou com o 34.º tempo no Setor Seletivo.
GONÇALO GUERREIRO DE VENTO EM POPA
No que diz respeito aos “Challenger”, seis chegaram ao quarto acampamento, com Gonçalo Guerreiro (Taurus T3 Max), que comandou nos primeiros 170 km, a registar o sexto melhor tempo.
O piloto português terminou o primeiro dia das 48h a 12m24s de Nicolas Cavigliasso (Taurus T3 Max), líder da classificação da categoria, que ganhou 3m50s ao neerlandês Paul Spierings (Taurus T3 Max).
Com uma condução muito homogénea, o piloto argentino destacou-se ainda do espanhol Paul Navarro (Taurus T3 Max), que ficou a 6m28s de diferença. Foram estes os três mais rápidos na primeira parte da etapa, cujo “braço de ferro” prossegue amanhã.
Os restantes portugueses, nomeadamente Ricardo Sousa (MMP Rally Raid), Luís Portela Morais (GRally Team OT3), Pedro Gonçalves (X Raid YZX R 1000) e Maria Luís Gameiro (X-Raid Fenic) quedaram-se pelo terceiro acampamento.
NORTE-AMERICANO BROCK HEGER LIDERA SSV
Nos SSV, Brock Heger é o primeiro no momento da pausa, depois de ganhar 3m50s, ao francês Xavier de Soultrait, ambos em Polaris RZR Pro R Sport, que partiu de Bisha com 12m40s de avanço sobre o norte-americano.
Já os portugueses Alexandre Pinto (BRP CAN-AM Mavericjk XRS Turbo RR), Fausto Mota, navegador do italiano Enrico Gaspari (BRP CAN-AM Maverick XRS Turbo RR), e João Dias (BRP Can-AM Maverick XRS Turbo RR) a completarem o lote de seis concorrentes, da categoria, que chegaram ao terceiro acampamento.
PORTUGUÊS PAULO FIÚZA CÉLERE NOS PESOS PESADOS
Finalmente, e no que diz respeito aos camiões, só três chegaram ao terceiro acampamento, um deles o lituano Vaidotas Zala (Iveco Powerstar), que é navegado pelo português Paulo Fiúza.
O checo Martin Macik (MM Tecnology Powerstar) foi o mais rápido na primeira parte, ao ganhar 3m05s ao seu compatriota Ales Loprais (Iveco Powerstar) e 24m03s ao lituano.
Amanhã, cumpre-se a segunda parte da etapa maratona, com os concorrentes a terem de cumprir o percurso em falta atá ao regresso a Bisha.