Neuville aproveitou a “derrapagem” de Ogier
Piloto belga assumiu a liderança do Rallye de Monte Carlo após a primeira noite competitiva, após a “derrapagem” de Sébastien Ogier que seguia no topo da classificação. Thierry Neuville e Martijn Wydaeghe entram esta sexta-feira com uma vantagem de dois segundos sobre o pelotão.
CARLOS SOUSA (carlos.sousa@autolook.pt)
O Campeonato Mundial de Ralis da FIA de 2025 iniciou-se de forma sumptuosa, com o campeão mundial em título, o belga Thierry Neuville, a assumir a liderança durante a noite desta quinta-feira no Rallye de Monte Carlo. A noite ficou marcada por uma ação de cortar a respiração, condições alpinas gélidas e um erro de palmatória de Sébastien Ogier, que caiu do topo da classificação geral para terceiro. O piloto francês estava dominar as operações, registando os tempos mais rápidos nas duas primeiras especiais, mas não evitou um acidente de principiante.
Tudo aconteceu no troço de Avançon/Notre-Dame-du-Laus, com o oito vezes campeão mundial de ralis a deslizar com o Toyota GR Yaris Rallly1 para fora de estrada e a colidir com um poste de uma cerca em plenos Alpes franceses, cedendo mais de 20 segundos.
«Debatemo-nos com condições extremamente difíceis, com muita lama na estrada. Batemos num poste, de lado, e tivemos sorte em conseguir sair deste percalço», admitiu Sébastien Ogier após o susto, que poderia ter terminado a noite a ver estrelas fora de prova.
Thierry Neuville beneficiou da situação, efetuando uma condução controlada e sem erros aos comandos no Hyundai i20 N Rally1 com o número um nos vidros, garantindo a liderança com uma vantagem de 2,0 segundos sobre Elfyn Evans, em Toyota GR Yaris Rally1.
Depois da partida da icónica Praça do Casino do Mónaco, o pelotão do Rallye de Monte Carlo enfrentou as três primeiras especiais nas desafiadoras estradas dos Alpes franceses, iluminadas pelos faróis e pelas tochas de milhares de espetadores que não perderam pitada dos primeiros quilómetros do mundial, disputados durante a noite dessa quinta-feira.
«Foi um bom começo, definitivamente, mas desafiador. Descobrir os pneus em condições mais secas na primeira etapa significou que não sabia o quão forte eu poderia forçá-los ou onde estava o limite. Não foi fácil, mas conforme progredimos, aumentei o ritmo, senti-me mais confortável», começou por referir o campeão do mundo de ralis na defesa das cores da Hyundai Motorsport.
«Fizemos algumas mudanças de configuração, então, passo a passo, fomos de encontro à direção certa. Não consegui ver muito na segunda especial, ou seja, foi a pior visibilidade para mim. A atmosfera é incrível, mas torna a direção muito desafiadora. O início da última especial foi muito lamacento, o gelo também estava a começar a formar-se e, já na parte final, havia muito cascalho sem nenhuma linha», acrescentou o piloto belga.
«Deu a nítida sensação de que estava a limpar o cascalho no asfalto. Perdemos cerca de cinco segundos em dois quilómetros. Sexta-feira é outro dia, muito mais longo, e ainda temos um longo caminho a percorrer», finalizou Thierry Neuville.