Sardinha em “brasa” a receita para os Históricos
O piloto do Innocenti MINI Cooper, navegado por Paulo Figueiredo, não pegou de “estaca”, mas acabou por “saltar” para a liderança de Históricos do Rally Legends Luso-Bussaco na segunda passagem por Monte Novo e derradeira especial da prova do Clube LusoClássico.
CARLOS SOUSA (carlos.sousa@autolook.pt) – Fotos: JOSÉ MOURA
A dupla formada por Rodrigo Sardinha e Paulo Figueiredo provou que é possível vencer um rali sem lograr o triunfo numa especial. Obviamente que esta situação não é pioneira, mas o piloto conduziu o Innocenti MINI Cooper ao topo da classificação ao cair do pano do Rally Legends Luso-Bussaco, beneficiando do abandono de Pedro e Adelino Serrador, em Ford Escort MK I.
Nada fazia prever que, na última especial, a dupla do carro da marca oval renunciasse ao triunfo, sobretudo depois de uma elevada “performance” desde o início da prova, apenas não “saboreando” a liderança na competição no quarto troço, aquando da primeira passagem por Penacova-Bussaco.
Nessa altura, quem galgou um lugar na tabela classificativa foi Vítor Matias e Vítor Hugo Matias, em BMW 316 I (E30), que dessa forma passaram pela liderança, fruto da vitória na segunda passagem por Algeriz e a primeira em Penacova-Bussaco. No entanto, o piloto de Penela mas radicado em Condeixa, também não chegou ao fim, abandonando no penúltimo troço, ou seja, primeira passagem por Monte Novo.
Perante este cenário, Rodrigo Sardinha e Paulo Figueiredo, favorecidos pelos abandonos dos primeiros classificados, mas também a demonstrar uma condução muito similar e em crescendo ao longo da prova, acabaram por alcançar o Palace Hotel do Bussaco com o triunfo, e regressar ao Luso coroados como os mais rápidos em Históricos, com o tempo de 42m29,7s.
Depois de muito porfiar, António Marques, navegado por Ricardo Costa, conduziu o Ford Escort MK I ao lugar intermédio do pódio, mas pelo meio não se livrou a um verdadeiro carrocel de emoções, hora estava no topo, como logo a seguir baixava alguns lugares.
Apesar disso, António Marques acabou por garantir um prémio muito especial: terminar em segundo, a 1m09,3s do vencedor, e deixar uma excelente impressão nas estradas dos concelhos da Mealhada, Mortágua e Penacova.
Christophe Travasso e Rui Gomes “explicaram” como, ao cabo de sete especiais de classificação, alcançaram o terceiro posto em Históricos no Rally Legends Luso-Bussaco. A receita foi simples. Enveredar pelo equilíbrio de forças em presença, e em ser rápidos e “cuidar” do BMW 316 (E30) e esperar por eventuais “constrangimentos” na frente.
E foi o que aconteceu. Christophe Travasso desvendou a “chave” do sucesso e, entre muita chuva, sol e nevoeiro, conseguiu trepar ao terceiro lugar, a 1m39,3s dos vencedores da categoria Históricos.
Quem também teve uma prova em crescendo foi Luís Oliveira. O piloto de Coimbra, navegado por Carlos Augusto, natural de Coimbra e radicado em Oliveira do Hospital durante dezenas de anos, ficou às portas do pódio, a somente 2,1 segundos, e a 1m41,4s do topo da classificação.
Porém, a quarta posição traduz na perfeição a excelência ao volante do Ford Escort MK II, sem nunca descurar do divertimento a partir do interior do carro da marca oval. Tanto Luís Oliveira, como Carlos Augusto, sentado ao seu lado, mostraram a outra face da moeda, uma vez que têm participado esporadicamente em provas de competição, o que poderia, muito bem, trazer consequências negativas.
O piloto de Coimbra mostrou que não há margem para grandes taticismos. Tem de se ir a fundo desde o início. Desde que se põe o capacete tenta-se ser o mais rápido possível. Obviamente que beneficiou dos abandonos de Pedro Serrador e Vítor Matias já na ponta final da prova, mas terminar a 2,1 segundos do pódio…
Henrique Correia e João Martinho, também em Ford Escort MK II, encerraram o “top five” e terminaram em “cima” de Luís Oliveira e Carlos Augusto. Neste esgrimir de forças, mais parecia um “bailado” entre duas duplas com viaturas idênticas.
Os dois pilotos mostraram-se sincronizados, contudo, quando “chamados à razão”, sobre os andamentos impostos, Luís Oliveira foi mais rápido por 2,3 segundos… Sem dúvida que a luta titânica pela terceira posição esteve agarrada por fios, mas muito apetecível para os fãs.
