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Morreu o antigo diretor do AutoSport Rui Freire

Faleceu o jornalista especializado em desporto automóvel, Rui Freire que, durante 15 anos, assumiu o estatuto de diretor do AutoSport, entre 1993 e 2008, a mais longa presença na direção até hoje na história dos 45 anos do jornal.

(auto.look2010@gmail.com)

Rui Freire faleceu aos 71 anos de idade por doença. Foi diretor do AutoSport uma década e meia, mas foi no jornal Motor que iniciou a sua longa e recheada carreira de jornalista, acompanhando mais de perto a Fórmula 1. Mais tarde ingressou no AutoSport na altura liderado por Pedro Castelo.

Posteriormente, assumiu a chefia de redação e, com a saída de Pero Castelo, outro decano do jornalismo Motorsport em Portugal, Rui Freire passou a diretor do jornal, primeiro nas instalações do Dafundo e, mais tarde, já na gráfica da Infante D. Henrique.

Nunca deixou de acompanhar a par e passo a Fórmula 1, criando ainda o Troféu do Automóvel juntamente com Barros Rodrigues e Pedro Castelo, prémio que depois se fundiu com o Volante de Cristal, do qual era ainda muito recentemente, diretor executivo.

José Luís Abreu, jornalista da publicação Autosport, afirmou que Rui Freira «era um jornalista com uma enorme experiência, começou no jornal Motor, especializou-se em Fórmula 1, rumando depois ao AutoSport, em 1987». «Quando o Pedro Castelo saiu, em 1993, passou a pasta ao Rui Freire, numa altura em que este era já chefe de redação. Daí para cá, o Rui passou pelas grandes transformações do jornal, que nos anos 90 se tornou num ainda maior “gigante” da imprensa especializada».

Eterno apaixonado pela escrita e por automóveis, Rui Freire tinha a carteira profissional número 645. No mesmo testemunho José Luís Abreu referiu que Rui Freire, com o surgimento da internet, «as mudanças foram muitas e foi nesse período que liderou grandes alterações levadas a cabo no AutoSport».

«Quem com ele trabalhou não esquece a forma como metia toda a gente a mexer, e essencialmente o seu refinadíssimo humor. Algo absolutamente inesquecível. Marcou fortemente, sem exceção, todos quantos com ele trabalharam, e as histórias por que todos passaram davam para escrever vários livros», sublinhou José Luís Abreu.

O amigo recorda ainda que nos últimos anos, já com saúde debilitada, eram muitas as vezes que falavam sobre Fórmula 1: Tendo-se mantido todos estes anos após a sua saída em 2008, sempre muito bem informado de tudo o que por lá se passava. A última corrida de F1 que vivemos juntos, com o Rui Freire como diretor, foi o GP do Brasil de 2008, já no edifício S. Francisco de Sales, onde hoje em dia é a SIC, e como não podia deixar de ser foi ele o primeiro a reparar no (automobilista alemão) Timo Glock entre as festas na Ferrari e na McLaren. É uma pessoa absolutamente inesquecível para quem com ele trabalhou. A marca que Rui Freire deixou nesta publicação é absolutamente inigualável».

Também Luís Caramelo deixou o seu testemunho sobre Rui Freire, com quem trabalhou na qualidade de jornalista: «Senhor de um humor refinado, muito culto em áreas diversificadas, tinha a leitura como seu hobby mais vincado, sendo sempre agradável desenvolver com ele uma conversa sobre qualquer tema».

«Fui seu companheiro no início – no mesmo dia para o Motor, na altura propriedade de Fernandes Bello e dirigido por Joaquim Pelejão Marques, em que entrou ele, eu e o Barros Rodrigues – e depois no AutoSport sob a batuta de Pedro Castelo ou já na sua direção e apesar dos nossos gostos diferentes – ele na Fórmula 1 e eu nos Ralis – tudo se passou sempre com a normalidade possível numa redação de um jornal desportivo», referiu Luís Caramelo.

Neste momento de dor, a equipa Autolook deixa profundos e sinceros sentimentos à sua família e amigos. O corpo de Rui Freire encontra-se em câmara ardente na Igreja de S. Francisco de Assis, em Lisboa: O funeral realiza-se este domingo, com missa às 15h00, para o cemitério do Alto de S. João.

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