VELOCIDADE

“Trocava o Hércules C 130 por um volante”

Daniel Teixeira, campeão dos Supercars na categoria TCR e Campeonato de Portugal de Velocidade, com o seu CUPRA TCR da JT59 Racing Team, disse que trocaria de imediato o lugar de piloto da Força Aérea por um volante para correr no TCR Europe.

(auto.look2010@gmail.com)

Daniel Teixeira foi, indiscutivelmente, uma das figuras em destaque na época de 2022 tanto no Campeonato de Portugal de Velocidade (CPV) como no Iberian Supercars Endurance, em particular na categoria TCR, com o seu CUPRA TCR da JT59 Racing Team, ao discutir ambos os títulos até à derradeira corrida do ano. No final festejou os louros na competição ibérica, algo que lhe soube a pouco… face à performance evidenciada ao longo do ano.

«É minha convicção que quem ganha é sempre um justo vencedor. E creio que este ano fiz o suficiente para vencer. Fui o mais rápido em seis qualificações, ganhei quatro corridas e fui autor de três voltas mais rápidas, integrando a equipa com maior número de triunfos», começou por afirmar o também piloto da Força Aérea.

«Quanto a mim, merecíamos o título também no CPV, custou-me um bocado perdê-lo, mas, infelizmente, problemas mecânicos, duas vezes no Algarve e uma em Vila Real, condicionaram o resultado final. Enfim, são situações que fazem parte das corridas e resta-me procurar fazer melhor da próxima vez», acrescentou Daniel Teixeira.

Puxando atrás o filme do CPV e do Iberian Supercars, Daniel Teixeira considera que, além da falta de fiabilidade do CUPRA TCR, a sorte nem sempre esteve do seu lado ao longo da época.

«Fomos praticamente os mais rápidos da classe TCR em todas as provas, tendo sido líder de sete em oito corridas. Os adversários que se sagraram campeões no CPV conseguiram-no com todo o mérito e são merecedores de parabéns, mas venceram uma corrida. Nós estivemos mais fortes, mas outras condicionantes limitaram-nos», sublinhou.

Filho de Joaquim Teixeira – multicampeão no Campeonato de Portugal de Montanha –, Daniel Teixeira começou a correr em 2014, nas provas de montanha, ainda antes de, profissionalmente, ingressar na Força Aérea e, volvidos alguns anos, se tornar piloto aviador. Atualmente, concilia a carreira de piloto em duas “frentes” distintas, mas quando questionado se trocava os comandos do Hércules C 130 pela outra, não hesita.

«Sem dúvida alguma que neste momento, e era já, trocava o lugar de piloto da Força Aérea por um volante para correr no TCR Europe! Gosto muito de aviões e daquilo que faço atualmente, mas a minha grande paixão são as corridas de automóveis. Reconheço que em Portugal não é fácil ser piloto profissional, mas se a oportunidade surgisse nem pensava duas vezes».

O campeão ibérico dos Supercars na classe TCR confessa adorar carros de turismo, mas não enjeitaria outra oportunidade, tecendo, por outro lado, elogios à fórmula do CPV/SE, que foi a chave de corridas interessantes…

«Gosto muito dos TCR, que são carros bastante competitivos e dão imenso gozo conduzir. Já não tenho aspirações, devido à falta de patrocínios, para correr no estrangeiro, e seria ótimo poder continuar no campeonato. De qualquer modo, não descarto outras oportunidades, seja nos GT ou mesmo em ralis. Desde que haja quatro rodas e um volante, estou recetivo a qualquer possibilidade, tal a paixão pelo desporto automóvel», sustentou Daniel Teixeira.

«Em relação ao CPV e SE, a fórmula utilizada foi, quanto a mim, a mais acertada, porque tanto para os pilotos como para o público as corridas revestiram-se de uma grande emoção. Recordo uma em Jarama na qual a vitória à geral foi decidida na última volta e por menos de um segundo. Corridas muito interessantes, excelentes carros e excelentes pilotos é tudo aquilo que faz sentido. A igualdade de andamentos foi uma realidade e tanto a Race Ready como o TCR Europe fizeram um excelente trabalho que, quanto a mim, deve ter continuidade nos próximos anos», concluiu Daniel Teixeira.

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