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Barbosa pede a Marcelo que trave o IUC

Festa dos 120 anos do Automóvel Club de Portugal terminou com Carlos Barbosa a pedir a Marcelo Rebelo de Sousa para travar o aumento do IUC. O ACP «é um grande clube nacional e cumpre a sua função reivindicativa», lembrou o Chefe de Estado.

carlos.sousa@autolook.pt

O presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP) pediu este sábado ao Chefe de Estado que trave o “esbulho” com o Imposto Único de Circulação (IUC) e Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que estas reivindicações devem ser ouvidas.

Estas posições foram assumidas por Carlos Barbosa e pelo Presidente da República na sessão comemorativa dos 120 anos do ACP, que decorreu nos jardins de Belém, com a presença dos presidentes das câmaras de Lisboa e da Figueira da Foz, respetivamente Carlos Moedas e Pedro Santana Lopes, Raul Almeida, presidente da Turismo Centro de Portugal, e também da secretária de Estado Patrícia Gaspar.

A presença no mesmo evento de Carlos Moedas e de Pedro Santana Lopes levou mesmo Marcelo Rebelo de Sousa a antecipar que iria dar origem às mais diversas interpretações por parte da comunicação social.

Mas foi o próprio Presidente da República a lançar uma delas logo quando cumprimentou o autarca da Figueira da Foz e gracejou sobre uma eventual candidatura do antigo primeiro-ministro social-democrata a Belém.

A sessão de aniversário do ACP começou com o Presidente da República a experimentar um Panhard de 1895, que só arrancou à terceira tentativa, depois de Carlos Moedas ter saído do veículo para diminuir o peso dos passageiros.

Na parte mais solene do programa, no auditório do Museu dos Coches, o chefe de Estado ouviu do presidente do ACP um discurso crítico em relação ao Governo, sobretudo em matérias de prevenção rodoviária, mobilidade e proposta de Orçamento do Estado para 2024.

«Não podemos calar a revolta que cada contribuinte sente perante o esbulho fiscal vigente. Penalizar milhões de contribuintes que não têm posses para trocar de viatura, dizendo-lhes que ficam a ganhar em IRS, não só é imoral, como inadmissível, além de falso», acusou Carlos Barbosa.

O presidente do ACP sustentou que «milhares de portugueses não têm outra forma de se deslocar para o trabalho sem ser em carros velhos e lamentou a ausência de incentivos fortes para o abate, assim como a inexistência de opções válidas de deslocação como os transportes públicos».

O Governo, segundo Carlos Barbosa, aumenta o IUC «de forma inconstitucional e imoral, enquanto isenta de impostos quem tem carros elétricos». «Como se explica que um carro elétrico de 120 mil euros esteja isento de impostos e um carro de 1998 pague mais de 100 euros em IUC? A retórica de que são só 25 euros por ano mostra bem a natureza do projeto de empobrecimento global a que assistimos e com que somos governados. Senhor Presidente da República, excelência, por favor, trave esta injustiça», declarou.

A seguir, Marcelo Rebelo de Sousa assumiu que já tinha saudades do «estilo político e muito interventivo» do presidente do ACP, mas não se referiu à questão do aumento do IUC na sua intervenção.

O Presidente da República considerou que, em matéria de mobilidade, as áreas metropolitanas e a descentralização «ainda não cumpriram cabalmente a sua missão» e classificou como «reivindicativo» o tipo de atuação de Carlos Barbosa.

«O ACP é um grande clube nacional e cumpre a sua função reivindicativa. Vimos como não perde a atenção relativamente ao Orçamento do Estado para 2024, como está preocupado com aqueles que têm veículos um pouco mais avelhados e como está preocupado em geral com o tema do automóvel nas grandes áreas metropolitanas», assinalou o Chefe de Estado.

Para Marcelo Rebelo de Sousa, o ACP «serve Portugal, isso não tem preço», e «completa as instituições públicas, preenchendo uma finalidade pública». «Qual o problema do espírito reivindicativo do presidente (do ACP, Carlos Barbosa) comparado com o que devemos ao clube? Vale bem ouvir as palavras dele tendo em troca o serviço dele e de muitos milhares através do ACP», acrescentou.

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