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Peugeot e-208: uma evolução evidente

Mais rápido e com maior autonomia face ao anterior, o e-208 é apresentado com algumas características que podem ser condicionantes às sensibilidades dos utilizadores. Todavia, não podemos esquecer que este modelo faz parte de uma vasta gama, que termina no 9X8 que iremos conhecer em Le Mans.

FAUSTO MONTEIRO GRILO

Face às versões a gasolina e híbrida, o 208 elétrico é mais pesado e, no tocante a este item, o CEO do Grupo Carlos Tavares, já adiantou como objetivo, reduzir em metade o peso das baterias na próxima década. Neste modelo, dos 1.455 kg de peso de ordem em marcha, 340 kg são das baterias de iões de Lítio, agora a concederem 410 km de autonomia combinada ou 566 km em percurso urbano, ambos de acordo com dados WLTP.

No tocante a carregamentos eléctricos, são quatro as escolhas: o doméstico AC a 3,2 kW – 10:30; no carregamento urbano AC 7,4 – 04:25; outra escolha no carregamento urbano AC a 11 kW – 02:55; e no carregamento rápido 100 kW DC – 00:27. Como é evidente, cada uma destas escolhas tem diferentes tarifas, e depois de 13 de Abril já se encontra legislado o pagamento com cartões bancários.

Como acontece com a generalidade dos modelos actuais, o e-208 está um pouco maior face ao antecessor, mas em pouco passa dos quatro metros no comprimento (4.055 mm). Na largura e medido entre retrovisores, não chega aos dois metros (1.960 mm e 1.765 mm na carroçaria) enquanto na altura, está abaixo do metro e meio (1.430 mm).

Perante estas cotas e em termos de acessos, estes são satisfatórios e a concederem algumas condicionantes em função das estaturas, em especial aos lugares traseiros. Uma das razões desta diferença, tem a ver com as dimensões das portas posteriores e ângulos de abertura.

O acesso à bagageira (680 mm do solo) é bom e esta concede modularidade, mediante rebatimento dos assentos traseiros. No que diz respeito às volumetrias, começam nos 309 litros da “gaveta” uma vez que o piso da bagageira se encontra abaixo da linha de cintura, a tal que está a 680 mm do solo. Até ao tecto temos 342 litros, enquanto a modularidade permite 779 litros até ao nível da chapeleira ou 1.118 litros se utilizado todo o espaço até ao tecto.

No capítulo da habitabilidade, esta deixou a impressão de ser melhor que os acessos, mesmo considerando as limitações dos assentos traseiros, em especial quando o acerto longitudinal dos assentos dianteiros é mais alongado.

Para quem se sentar ao volante, o posicionamento deste e a forma, podem causar tanta surpresa como a colocação do acelerador automático adaptativo, colocado atrás do volante e fora do campo visual. Por outras palavras, podemos dizer que o “drive assist plus” é um comando táctil, tal como o “i-connect advanced” à disposição no visor central de 10” e com módulos de áudio, navegação, entre outras definições.

Com boa visibilidade para a frente e laterais, o e-208 tem na visibilidade traseira um dos pontos menos agradáveis de usufruir. Todavia, a visualização das manobras de marcha-atrás é muito boa e inclui dois ângulos de visibilidade, com um destes a permitir identificar a traseira do automóvel.

O conforto de rolamento, o desempenho das suspensões e a eficácia do sistema de travagem, são pontos que se destacam na condução deste automóvel. No entanto, a dinâmica deste e-208 revela a forma como os 115 kW (156 cv) podem transformar as sensações ao volante.

Outras das surpresas, tem a ver com os consumos de energia, em qualquer um dos três modos de condução: Eco, Normal e “Sport”. No modo económico, as acelerações e reprises dão prioridade à economia de energia, enquanto o modo ‘B’ altera em muito a desaceleração, regenerando energia e poupando os travões.

Por outro lado, as características deste e-208 e ainda em termos de consumos de energia, tem a ver com a proximidade (leia-se comparação) dos dados registados num breve contacto ao volante, com os valores apresentados pelo construtor, através da metodologia WLTP – World harmonised Light Vehicles test Procedure.

Por outras palavras e com dados obtidos nestes últimos cinco anos, os eléctricos da Stellantis evoluíram muito. No caso do e-208 e face a alguns modelos anteriores, é evidente a melhor eficiência da regeneração e a eficácia do modo ‘B’. Em aceleração e no modo “sport” este e-208 também surpreende, com o registo de 8,2 segundos para chegar dos 0-100 kmh.

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