WRC

Kalle Rovanpera bisou no Rali de Portugal

Kalle Rovanperä, o “menino-prodígio” que repetiu a história. Com apenas 22 anos, o finlandês já se tinha tornado em 2022 no mais novo campeão de ralis de sempre, batendo o escocês Colin McRae, que conquistou o título com 27 anos e 109 dias.

PEDRO RORIZ E CARLOS SOUSA (carlos.sousa@autolook.pt)

Um ano depois de ter triunfado nas florestais portuguesas, o finlandês Kalle Rovanpera (Toyota GR Yaris Rally1) volta a vencer e junta-se aos seus compatriotas Juha Kankkunen (1992/1994) e Tommi Makinen (1997/2001), ao espanhol Carlos Sainz (1991/1995), ao inglês Colin McRae (1998/1999) e ao francês Sébastien Loeb no lote de pilotos com duas vitórias, na mais importante prova de estrada do calendário nacional.

Trata-se de uma vitória que não surpreende e que ficou anunciada a partir da quinta especial, a segunda passagem por Góis, onde ascendeu ao comando para não mais o largar, perante a incapacidade dos seus adversários de neutralizarem o avanço que especial a especial ia acumulando.

Kalle Rovanpera impôs-se também, na “Power Stage” para arrecadar o máximo de pontos e mostrar que, mesmo com a vitória na mão, não prescinde de garantir os cinco pontos da derradeira classificativa.

O piloto finlandês garantiu o primeiro triunfo da temporada, nono da carreira, e com ele a ascensão ao comando do campeonato, com 17 pontos de avanço sobre o estónio Ott Tanak (Ford Puma Rally), mas vai ser penalizado, no Rally Italia Sardegna, a próxima prova, ao abrir a estrada em piso de terra.

Ao fim de cinco provas, a Hyundai continua a ser a única marca que não venceu e nunca deu a sensação de o poder fazer, apesar do espanhol Dani Sordo (Hyundai i20 N Rally1) ter passado pela primeira posição na fase inicial da prova.

Durante grande parte do rali, os três homens da marca sul-coreana colocavam-se atrás do “finlandês voador”, com Dani Sordo à frente do finlandês Esapekka Lappi (Hyundai i20 N Rally1) e do belga Thierry Neuville (Hyundai i20 N Rally1), que é a aposta da equipa para a conquista do ceptro.

Só que, quando se esperava que, durante o dia de hoje, o belga ascendesse ao segundo lugar, numa “jogada táctica”, o turbo do seu carro falhou e Thierry Neuville “arrastou-se” pelas quatro provas de classificação do dia, conseguindo mesmo assim salvar o quinto lugar face ao avanço que tinha angariado nos dias anteriores.

Como consolação da marca sul-coreana, é o facto de ter colocado dois carros no pódio. A Ford teve entradas de leão e saídas de sendeiro, com os seus pilotos a estarem no topo da tabela de tempos, primeiro o francês Pierre-Louis Loubet (Ford Puma Rally1), logo no troço de abertura, e depois o Ott Tanak, nas duas provas de classificação seguintes.

Só que o francês “bateu”, perdeu uma roda e foi obrigado a desistir, quando estava a fazer uma excelente prova, e o estónio teve problemas com o hibrido, atrasou-se mas conseguiu somar quatro pontos na “Power Stage” e ascender ao segundo lugar do campeonato.

A “Power Stage” foi determinante na vitória entre os RC2, com o sueco Oliver Solberg (Skoda Fabia RS Rally2) a bater o inglês Gus Greensmith (Skoda Fabia RS Rally2) por 7,5 segundos, mas a perder a vitória na categoria por 1,2 segundos, depois de a iniciar ao “ataque.

Tratou-se de uma performance para tentar regressar ao lugar que foi seu durante a maior parte da prova, mas que foi perdido em consequência de uma penalização de um minuto, após a super-especial de Lousada, por ter feito piões, para gaudio dos milhares de espectadores presentes, entre a tomada de tempo e o “Stop”.

Os regulamentos proíbem tais manifestações, mas um minuto (que correspondem a um atraso de seis num controlo horário) parece pena demasiado pesada para quem só quis dar espectáculo e encantar aqueles que estavam no local.

O norueguês Andreas Mikkelsen (Skoda Fabia RS Rally2) completou o pódio da categoria. Apesar de preferir as provas em asfalto, o francês Yohan Rossel (Citroën C3 Rally) conserva o comando do campeonato, graças ao quarto lugar alcançado, agora com um ponto de avanço sobre Oliver Solberg e três sobre Gus Greensmith.

O Vodafone Rally de Portugal contou também para o Campeonato de Portugal absoluto, no primeiro dia, e para o Campeonato de Portugal de 2RM, no segundo.

Em termos absolutos, Armindo Araújo (Skoda Fabia Rally2 Evo) venceu, após cerrado duelo com Miguel Correia (Skoda Fabia Rally2 Evo), traído pelo motor, com o primeiro a chegar ao fim da prova e a ser uma vez mais “o melhor português”, o que sucede pela quinta vez consecutiva.

O piloto de Santo Tirso terminou no 17.º lugar, enquanto entre os RC2 a vitória foi para Ricardo Sousa (Peugeot 208 Rally4), vencedor, também entre os participantes na Peugeot Rally Cup Iberica.

Ao final chegaram, ainda, as duplas Nuno Pinto/João Jardim Pereira (Citroën C3 Rally2), 23.º, Francisco Teixeira/João Serôdio (Skoda Fabia Rally2 Evo), 27.º, Ricardo Teodósio/José Teixeira (Hyundai i20 N Rally2), 28.º, e Hélder Miranda/Hugo Pereira (Renault Clio R3T), 43.º, com os dois últimos a terminarem a prova em “Super Rally”, por terem abandonado, o primeiro no primeiro dia e o segundo no segundo.

FICHA DA PROVA

Prova – Vodafone Rally de Portugal

Data – 11/14 de Maio

Organizador – Automóvel Clube de Portugal

Estrutura – 1 644,92 km divididos por três etapas: Coimbra – Matosinhos (641,96 km); Matosinhos – Matosinhos (667,88 km); Matosinhos – Matosinhos (335,08 km)

PC – 19 (8 + 7 + 4)

Extensão das PC – 325,35 km (121,25 km + 148,68 km + 55,42 km)

Percentagem das PC – 19,77 %

Inscritos – 87 (8 RC1, 50 RC2, 2 RC3, 24 RC4, 2 RC5, 1 ASN)

Participantes – 83 (8 RC1, 49 RC2, 2 RC3, 21 RC4, 2 RC5, 1 ASN)

Classificados – 47 (7 RC1, 30 RC2, 2 RC3, 6 RC4, 2 RC5)

COMANDANTES SUCESSIVOS

Absoluto – Pierre-Louis Loubet, na 1.ª PC; Ott Tanak, na 2.ª e 3.ª PC; Dani Sordo, na 4.ª PC; Kalle Rovanpera, da 5.ª à 19.ª PC

RC1 – Pierre-Louis Loubet, na 1.ª PC; Ott Tanak, na 2.ª e 3.ª PC; Dani Sordo, na 4.ª PC; Kalle Rovanpera, da 5.ª à 19.ª PC

RC2 – Teemu Suninen, na 1.ª PC; Adrien Fourmaux, da 2.ª à 4.ª PC; Oliver Solberg, da 5.ª à 14.ª PC; Gus Greensmith, da 15.ª `a19.ª PC

RC3 – Toni Herranen, na 1.ª PC; Roope Korhonen, da 2.ª à 19.ª PC

RC4 – Matteo Fontana, na 1.ª PC; Hélder Miranda, da 2.ª à 6.ª PC; Diego Serrando, da 7.ª à 10.ª; Javier Serrano, da 11.ª à 19.ª PC

RC5 – Maxim Salim, da 1.ª à 19.ª PC

VENCEDORES

Absoluto – Kalle Rovampera/Jonne Halttunen (Toyota GR Yaris Rally1)

RC1 – Kalle Rovampera/Jonne Halttunen (Toyota GR Yaris Rally1)

RC2 – Gus Greensmith/Jonas Andersson (Skoda Fabia RS Rally2)

RC3 – Roope Korhonen/Anssi Viinikka (Ford Fiesta Rally3)

RC4 – Javier Serrano/Daniel Galarza (Renault Clio Rally4)

RC5 – Maxim Salin/Sandrine Catoire (Renault Clio Rally5)

CLASSIFICAÇÃO

POS. EQUIPA CARRO TEMPO
1.º Kalle Rovanpera/Jonne Halttunen Toyota GR Yaris Rally1 3.35’11,7″
2.º Dani Sordo/Candido Carrera Hyundai i20 N Rally1 a 54,7″
3.º Esapekka Lappi/Janne Ferm Hyundai i20 N Rally1 a 1’20,4″
4.º Ott Tanak/Martin Jarveoja Ford Puma Rally1 a 2’04,2″
5.º Thierry Neuville/Martijn Wyndaeghe Hyundai i20 N Rally1 a 8’22,6″
6.º Gus Greensmith/Jonas Andersson Skoda Fabia RS Rally2 a 9’43,4″
7.º Oliver Solberg/Elliott Edmondson Skoda Fabia RS Rally2 a 9’44,6″
8.º Andreas Mikkelsen/Torstein Eriksen Skoda Fabia RS Rally2 a 10’26,4″
9.º Yohan Rossel/Armand Dunand Citroën C3 Rally2 a 11’33,3″
10.º Teemu Suninen/Mikko Markkula Hyundai i20 N Rally2 a 12’16,4

OS MAIS RÁPIDOS

1.º 2.º 3.º 4.º 5.º 6.º
Kalle Rovanpera 10 3 0 3 0 3
Dani Sordo 3 6 4 1 3 2
Ott Tanak 2 4 3 3 3 3
Esapekka Lappi 2 3 3 2 6 1
Takomo Katsuta 1 1 2 2 3 1
Pierre-Louis Loubet 1 0 2 3 1 4
Thierry Neuville 0 3 3 4 3 1
Elfyn Evans 0 0 1 0 0 1
Oliver Solberg 0 0 0 1 0 2
Gus Greensmith 0 0 0 0 0 1
Andreas Mikkelsen 0 0 0 0 0 1

Classificações dos “Mundiais”, depois da prova portuguesa

WRC

PILOTOS – 1.º, Kalle Rovampera, 98 pontos; 2.º, Ott Tanak, 81; 3.º Sébastien Ogier, 69; 4.º, Elfyn Evans, 69; 5.º, Thierry Neuville, 68; 6.º, Esapekka Lappi, 49; 7.º, Dani Sordo, 36; 8.º, Craig Breen, 19; 9.º, Takamoto Katsuta, 20; 10.º, Gus Greensmith, 16. Estão classificados mais 10 pilotos

NAVEGADORES – 1.º, Jonne Halttunen, 98 pontos; 2.º, Martin Järveoja, 81; 3.º Vincent Landais, 69 pontos; 4.º, Scott Martin, 69; 5.º, Martijn Wydaeghe, 68; 6.º, Janne Ferm, 49; 7.º, Candido Carrera, 36; 8.º, James Fulton, 19; 9.º, Aaron Johnston, 20; 10.º, Jonas Andersson, 16. Estão classificados mais 10 navegadores

EQUIPAS – 1.º Toyota Gazoo Racing World Rally Team, 201 pontos; 2.º, Hyundai Shell Mobis World Rally Team, 169; 3.º, M-Sport World Rally Team, 134

WRC2

PILOTOS – 1.º Yohan Rossel, 65 pontos; 2.º, Oliver Solberg, 64; 3.º, Gus Greensmith, 62; 4.º, Emil Lindholm, 44; 5.º, Nikolay Gryazin, 40.  Estão classificados mais 22 pilotos

NAVEGADORES – 1.º Arnaud Dunand, 65 pontos; 2.º, Elliott Edmondson, 64; 3.º, Jonas Andersson, 62; 4.º, Reeta Hamalainen 44; 5.º, Konstantin Aleksandrov, 40. Estão classificados mais 22 navegadores

EQUIPAS – 1.º Toksport World Rally Team, 80 pontos; 2.º, Toksport World Rally Team 2, 65; 3.º, M-Sport World Rally Team, 60; 4.º, Hyundai Motorsport N; 30; 5.º, Motorsport Ireland Rally Academy, 18.

Próximas provas – Rally Italia Sardegna, de 1 a 4 de Junho, a contar para o Campeonato do Mundo, e Rali de Castelo Branco, a 30 de Junho e 1 de Julho, organizado pela Escuderia de Castelo Branco, a contar para o Campeonato de Portugal.

 

Partilhe

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *