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PS critica fim da superespecial em Coimbra

A vereadora do PS, Regina Bento, criticou hoje o facto de Coimbra não receber a super-especial do Vodafone Rally de Portugal, prevista para 11 de maio, considerando que se desperdiça “anos de trabalho” em torno do evento desportivo. Para financiar a super-especial do Rally de Portugal seriam necessários cerca de 300 mil euros…

(auto.look2010@gmail.com)

Na semana passada, o presidente da Câmara de Coimbra, José Manuel Silva, eleito pela coligação Juntos Somos Coimbra (PSD, CDS-PP, Nós,Cidadãos!, PPM, Aliança, RIR e Volt), anunciou que Coimbra não iria receber a super-especial do Vodafone Rally de Portugal este ano, justificando-se com a falta de verba para o efeito.

«O senhor presidente revelou, como se nada fosse, que este ano não haveria a super-especial do Rally de Portugal em Coimbra, desperdiçando, num sopro, anos de trabalho intenso do vereador Carlos Cidade (do PS), para trazer este mediático evento para Coimbra (a super-especial realizou-se já com o atual executivo)», afirmou a vereadora socialista Regina Bento, durante a reunião da Câmara de Coimbra.

A vereadora recordou que foi no anterior executivo que Coimbra acolheu a partida da prova na Porta Férrea da Universidade de Coimbra, em 2019 e 2021, tendo a super-especial de 2022 contado com a presença de cerca de 22 mil espetadores.

«O impacto mundial deste evento é incomensurável, pois sendo uma prova integrada no Campeonato Mundial de Rali (WRC) é disputada pelos melhores pilotos do mundo, envolvendo a atenção mediática dos órgãos de comunicação social do mundo inteiro e tendo um impacto financeiro brutal por onde passa», realçou.

Citando um estudo sobre a edição de 2022 do Rally de Portugal, Regina Bento destacou que o evento gerou um impacto «recorde» de mais de 153,7 milhões de euros e cerca de um milhão de espetadores que assistiu às provas ao vivo (a prova passa apenas meio-dia por Coimbra).

«Em média, os turistas estrangeiros que visitaram o rali permaneceram quase três noites em Portugal, com 86% a mostrarem vontade de regressar ao país no verão e 63 % no inverno. Para quem tanto afirma que tem uma estratégia para o turismo da cidade, não se percebe como não se dá relevância a estes indicadores», criticou, considerando que não há «mais nenhum evento desportivo» regularmente organizado em Portugal «com este impacto».

«Não se percebe com tanto investimento em marketing como é que deixa fugir a super-especial de Coimbra», acrescentou. Dirigindo-se ao vereador com o pelouro do desporto, Carlos Lopes, a vereadora socialista perguntou se o mesmo não gostaria de se sentar do lado da bancada do PS, em troca com o vereador da CDU, Francisco Queirós (que se senta ao lado dos socialistas), «que daqui a pouco tem mais pelouros atribuídos do que o próprio vereador do PSD».

«Fico lisonjeado com o seu convite, mas eu estou muito bem nesta bancada, respeitando o colega Francisco, que está muito bem instalado. Agradeço, mas o sumo de laranja aqui é mais docinho», respondeu Carlos Lopes.

SUPER-ESPECIAL À DISTÂNCIA DE… 300 MIL EUROS

José Manuel Silva realçou que a partida da prova continua a fazer-se por Coimbra, voltando a frisar a falta de dinheiro para acolher a super-especial: «A super-especial nunca tinha acontecido. Fizemos mais do que tinha sido feito, beneficiando a cidade, mas infelizmente não é possível financiar tudo», disse.

Para o autarca, «financiamento para a partida do Rally de Portugal está garantido, não temos é para a super-especial». «Se alguma entidade entender financiar a super-especial e associa-se a ela, nós temos todo o gosto em a receber. Neste momento não temos capacidade financeira para o efeito e a Câmara e Coimbra nunca anunciou que houvesse uma super-especial este ano em Coimbra. Seria algo que gostaríamos de retomar para o futuro, mas tudo isso dependerá das condições de financiamento», sublinhou.

José Manuel Silva esclareceu que «o investimento municipal para os quatro concertos dos Coldplay, a 17, 18, 20 e 21 de maio, será divulgado a seu tempo». «Posso dizer que os quatro concertos dos Coldplay ficam mais baratos do que a super-especial do Rally de Portugal e traz mais gente e tem mais impacto a nível mundial», confidenciou.

Ainda de acordo com o autarca «não foi propriamente uma opção que fosse feita para os Coldplay e a super-especial, mas a verdade é que a verba que estava disponível acabou por ser empregue nos quatro concertos dos Coldplay e, portanto, o lençol não estica para financiar a super-especial do Rally de Portugal».

«Para financiar a super-especial do Rally de Portugal seriam necessários cerca de 300 mil euros, acrescidos à verba para a partida da prova. Parece que para uma Câmara da dimensão de Coimbra não é muito dinheiro, mas é muito dinheiro e não o temos por causa da guerra na Ucrânia», admitiu o edil conimbricense.

«Infelizmente, nós não podemos financiar a super-especial em Coimbra, até porque também temos de fazer as nossas opções de caráter social e não podemos os apoios sociais que a Câmara Municipal de Coimbra vai prestando, nomeadamente através do Fundo de Emergência Social», concluiu José Manuel Silva.

 

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