MotoGP

Corridas sprint ainda sem consenso entre pilotos

Os pilotos de MotoGP mostram-se ainda cautelosos quanto às corridas sprint, novidade desta temporada da categoria principal do Mundial de motociclismo de velocidade, que arranca no fim de semana, em Portimão.

carlos.sousa@autolook.pt

Nas conferências de imprensa de antevisão do Grande Prémio de Portugal, no Autódromo Internacional do Algarve, os pilotos não foram consensuais na avaliação da nova corrida, com metade da distância, que vai decorrer nos sábados de todos os grandes prémios.

O italiano Pecco Bagnaia (Ducati), campeão do mundo, admitiu que esta novidade vai mudar «um pouco a estratégia», porque há menos tempo para fazer alterações na prova: «Nos testes de pré-temporada testei a corrida sprint, senti-me bem, mas temos de puxar muito mais. Após três, quatro fins de semana, saberemos melhor. Mas é uma boa mudança, gosto», disse.

O português Miguel Oliveira acredita que agora «todos os dias vão contar», embora admita que ainda não sabe o que «pensar das corridas sprint neste momento». «Vai depender da qualificação, porque no fim do dia há alguns pontos, mas não são muitos. Vamos ter de arriscar, mas o prémio pelo risco não é muito e não muda nada para a grelha de domingo. Vamos perceber um pouco melhor o que significa a corrida sprint no final do fim de semana», referiu.

O francês Fabio Quartararo (Yamaha) afirmou que apostou na condição física durante o inverno, porque este ano vai haver mais provas, além das corridas sprint: «Vai ser muito longo. A intensidade este ano vai ser muito maior do que no ano passado. Se for bom para os adeptos, a introdução da corrida sprint é boa. São 21 eventos, é muito longo. Mas vamos perceber melhor com o decorrer da temporada», afirmou o campeão mundial de 2021.

A questão física é uma das preocupações dos pilotos, que consideram que pode ser muito desgastante fazer duas corridas em 21 grandes prémios, admitindo mesmo levar a questão ao Comité de Segurança no futuro.

«Gosto das corridas sprint, mas em todos os fins de semana é muito desgastante para os pilotos. É muito exigente. Vamos gostar, tanto na pista, como nas bancadas. No futuro, vamos vendo como funciona», disse o espanhol Marc Márquez, sete vezes campeão mundial.

O italiano Enea Bastianini (Ducati) diz que «a corrida ao sábado vai ser muito difícil», «sem grande estratégia», com o risco de uma queda para quem arriscar em demasia possa ser grande.

O espanhol Aleix Espargaró (Aprilia) ainda quer experimentar para saber o que esperar das corridas sprint, embora considere «a corrida de domingo vai continuar a ser decisiva para o campeonato», até porque pode não ser positivo «arriscar demais para ter três pontos» no sábado.

O australiano Jack Miller (KTM) e o italiano Luca Marini (Ducati) consideram que pode ser bom para a popularidade da modalidade: «Como celebrar uma vitória no sábado e ainda ser competitivo no domingo? É a minha questão», disse, em jeito de brincadeira, o francês Johann Zarco (Pramac).

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