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FIAT 600e: o ícone italiano criado para a cidade

O regresso da marca de Turim ao segmento B vai aumentar em ciclo urbano, cujo alcance chega aos 600 quilómetros entre carregamentos graças a uma bateria de 54 kW. Em circuito misto fica-se pelos 400 quilómetros.

FAUSTO MONTEIRO GRILO

A designação 600 é icónica para a FIAT. Em meados da década de 50, o pequeno familiar foi o primeiro com carroçaria monobloco, mais tarde apresentada com quatro portas, dando origem ao primeiro “monovolume”: o Multipla.

Em época de eléctricos, o 600e tem uma tarefa difícil, no que diz respeito à conquista de mercado. Premiado por italianos, brasileiros e alemães, o 600e foi nestes últimos, o enquadrado como “city car”.

Entre nós, a utilização vai muito além do “city car” por várias razões. As quatro portas, neste automóvel que em pouco ultrapassa os quatro metros (4.171 mm), a potência de 115 kW (156 cv), a cota de altura a passar o metro e meio (1.577 mm) a largura a chegar perto dos dois metros contando com os retrovisores (1.981 mm ou 1.781 mm na carroçaria) e a bagageira a conceder 360 litros de volumetria, são alguns dos itens que permitem enquadrar este 600e Red como familiar, proposto a partir dos 36.350 euros.

A este valor correspondem um motor com três modos de utilização, e dotação de série que inclui equipamentos de segurança, funcionalidade e personalização.

No que diz respeito à acessibilidade e consoante estaturas (1,80 m/100 kg), este automóvel tem nos pilares “A” e “B” algumas condicionantes, criadas mediante inclinação do primeiro e posicionamento do segundo. Para quem se sentar ao volante, a habitabilidade é boa e ergonómica, com os comandos bem posicionados e acesso a vários arrumos que totalizam 15 litros no habitáculo.

Em posição central, o visor digital deste “Red” indica a distância nas manobras de marcha-atrás, e permite acesso a vários sub-menus como o áudio, personalização, perfil, conectividade, entre outros.

Em destaque a forma intuitiva como se chega a cada uma das funções. No tocante à visibilidade, esta é boa para a frente, enquanto a generosa dimensão e posição dos retrovisores garante boa visibilidade lateral, até chegar ao pilar “B”. Para a traseira e na versão “Red” apenas se deu conta de sensores de distância com aviso sonoro.

Pronto para rolar o 600e regista 1.520 kg, dos quais 339 kg são atribuídos às baterias. Para as carregar e de acordo com os transalpinos, serão necessárias 16:10 para chegar aos 100% num carregador de 3,7 kW; 05:45 num carregador de 11 kW; enquanto para chegar dos 20 aos 80% de carga, serão precisos 00:27 num sistema DC 100 kW.

Outro número interessante neste 600e, tem a ver com a aceleração 0-100 km/h. São precisos 9 segundos, em modo “sport”. Este é o único que permite explorar, em pleno, os 156 cv (ou 115 kW) transmitidos às rodas dianteiras. Os modos “normal” e “eco” condicionam a potência e suavizam as impressões ao volante, tornando fácil a condução e manobras.

Num breve contacto ao volante e partindo com 400 km de autonomia, a 33 km/h de média ficou registado um consumo médio de 13,8 kWh/100 km ao longo de 249 quilómetros percorridos em percurso misto (AE+EN+Urbano), restando 33% de bateria para 98 quilómetros a percorrer

Fácil de conduzir e com alguma limitação no espaço para as pernas nos lugares traseiros, o 600e concede um bom conforto de rolamento, mediante suspensões independentes. Todavia, a taragem mola+amortecedor, revelou ser algo dura nos pisos mais degradados.

A eficácia da travagem tem um bom nível, embora o curso do pedal exige alguma habituação. Com versão eléctrica, este 600e conta com vários atributos, alguns dos quais fazem pensar na motorização híbrida. Está para breve.

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