“Pole position” pode decidir no Principado
A Fórmula 1 está de “pedra e cal” em Monte Carlo este fim de semana para a sexta ronda da temporada 2023. Trata-se de um circuito em que todos querem vencer…
PEDRO RORIZ E CARLOS SOUSA (carlos.sousa@autolook.pt)
Apesar do mau tempo que, na passada semana, levou à anulação do Grande Prémio da Emilia Romagna, que devia ter tido lugar no Circuito Enzo e Dino Ferrari, em Imola, houve condições para retirar o material das equipas do traçado italiano e transportá-lo até Monte Carlo, onde este fim-de-semana o Campeonato do Mundo de F1 prossegue no circuito onde todos querem ganhar,
O circuito desenhado nas ruas do Principado monegasco é pequeno, estreito, sinuoso e com poucas zonas de ultrapassagem, o que faz com que a conquista da “pole position” seja importante, por poder ser, mais do que em qualquer outro traçado, um passe determinante para a vitória.
Por isso o duelo na Q3, entre Red Bull e Ferrari promete ser emocionante, já que Mercedes e Aston Martin parecem estar um passo atrás da concorrência em termos de qualificação.
Desta feita, ao contrário do que sucedeu ao longo dos últimos anos, o GP de Mónaco passa a ter uma estrutura igual ao dos restantes, em lugar de ter os dois primeiros treinos livres na quinta-feira, com a actividade no circuito, na sexta-feira, a ser reservada às corridas de suporte, enquanto os patrocinadores aproveitavam o dia para a promoção das suas actividades, o que criava um ambiente diferente daquele que é habitual nas restantes provas.
Este ano, com o desaparecimento da parte social, vai-se o “glamour” e veremos se se fica a ganhar.
Em termos desportivos, nas cinco primeiras corridas, o domínio dos “Red Bull boys” tem sido indesmentível, com o neerlandês Max Verstappen a somar três vitórias (Bahrain, Austrália e Estados Unidos) e o mexicano Sergio Perez, duas (Arábia Saudita e Azerbeijão), o que os deixa separados por 10 pontos, com a particularidade dos triunfos do mexicano terem acontecido em traçados citadinos, o que o torna um dos principais favoritos nas ruas de Monte Carlo.
Uma boa qualificação por parte dos pilotos da Ferrari, o monegasco Charles Leclerc e o espanhol Carlos Sainz, como tem sucedido pode permitir à marca de Maranello, regressar ao pódio, o que, este ano, só aconteceu com o terceiro lugar do monegasco no Azereijão, desejoso de vencer em casa.
A surpresa pode vir da Mercedes que vai aparecer com novidades técnicas, esperando os responsáveis da equipa de Barckley que elas permitam entrar na discussão das “poles” e das vitórias, o que não sucede desde 2021.
Fica por saber como é que o inglês Lewis Hamilton (Mercedes) vai reagir às notícias de que a Ferrari está disposta a abrir os cordões à bolsa para contar com ele no próximo ano, o que a acontecer será uma “pedrada no charco”, tudo indicando que, nesse caso, seria Carlos Sainz a deixar a equipa, havendo a possibilidade de rumar à marca da estrela.
Este tipo de notícias costuma surgir na segunda metade ao ano, mas o seu aparecimento pode agitar o ambiente nas duas equipas.
Indiferente a estes rumores está o espanhol Fernando Alonso (Aston Martin/Mercedes), que contabiliza quatro idas ao degrau mais baixo pódio, em cinco corridas, fazendo companhia aos pilotos da Red Bull, e que sente ter condições para chegar à vitória, o que pode suceder em Monte Carlo, onde o talento do piloto é mais importante do que a eficácia do carro, embora carros melhores permitam compensar algo menos bom dos seus condutores.
Entretanto, Aston Martin confirmou o acordo com a Honda, a partir de 2026, para o fornecimento de motores, deixando de ter os seus carros equipados com motor Mercedes.
Preocupações quanto às condições atmosféricas, uma vez que há previsões de chuva, com a Pirelli a apresentar novos pneus, para esse tipo de piso, cujo comportamento as equipas desconhecem, o que a acontecer poderá provocar surpresas.
CLASSIFICAÇÃO DOS “MUNDIAIS”
PILOTOS – 1.º, Max Verstappen, 119 pontos; 2.º, Sergio Perez, 109; 3.º, Fernando Alonso, 75; 4.º, Lewis Hamilton, 56; 5.º, Carlos Sainz, 44; 6.º, George Russell, 40; 7.º, Charles Leclerc, 34; 8.º, Lance Stroll 27; 9.º, Lando Norris, 10; 10.º, Pierre Gasly, 8; 11.º, Nico Hulkenberg, 6; 12.º, Esteban Ocon, 6; 13.º, Oscar Piastri, 4; 14.º, Valtteri Bottas, 4; 15.º, Guanyu Zhou, 2; 16.º, Yuki Tsunoda, 2; 17.º, Kevin Magnussen, 2; 18.º, Alex Albon, 1.
EQUIPAS – 1.º, Oracle Red Bull Racing, 224 pontos; 2.º, Aston Martin Aramco Cognizant F1 Team, 102; 3.º, Mercedes AMG-Petronas F1 Team, 96; 4.º, Scuderia Ferrari, 78; 5.º, McLaren F1 Team, 14; 6.º, BWT Alpine F1 Team, 14; 7.º, MoneyGram Haas F1 Team, 8; 8.º, Alfa Romeo F1 Team Stakem 6; 9.º, Scuderia Alpha Tauri, 2; 10.º, Williams Racing, 1.
