FÓRMULA 1

Sinos voltaram a tocar nas igrejas de Maranello…

O piloto espanhol Carlos Sainz (Ferrai) venceu hoje o Grande Prémio de Singapura de Fórmula 1, 15.ª corrida da temporada, tornando-se no primeiro piloto para além dos da Red Bull a vencer este ano. Lando Norris (McLaren) e Hamilton (Mercedes), foram segundo e terceiro, respetivamente.

PEDRO RORIZ E CARLOS SOUSA (carlos.sousa@autolook.pt)

Faz parte da história da Ferrari os sinos tocarem em Maranello, e muitos adeptos colocarem bandeiras nas janelas, quando um Ferrari vence um Grande Prémio, o que não acontecia desde o Grande Prémio da Áustria do ano passado.

Esse cenário voltou a suceder, como consequência da vitória do espanhol Carlos Sainz (Ferrari), nas ruas de Singapura, que foi o primeiro a impedir a Red Bull de continuar invencível esta temporada.

Foi a segunda vitória de Carlos Sainz, que tinha subido ao lugar mais alto do pódio, pela primeira vez, o ano passado em Silverstone, e a primeira vez que, este ano, um dos pilotos da Red Bull não venceu.

O espanhol, que partiu da “pole position”, arrancou bem e assegurou de imediato o comando, enquanto o monegasco Charles Leclerc (Ferrari), que saiu melhor que o inglês George Russell (Mercedes), que partilhava a primeira linha com Carlos Sainz, ascendeu ao segundo lugar.

Já o inglês Lewis Hamilton (Mercedes) saiu pela escapatória para chegar a terceiro, mas a ter de ceder a posição a George Russell (Mercedes), com Lando Norris (McLaren/Mercedes), quarto à partida, a aproveitar para ocupar idêntica posição na corrida.

A situação, na frente, manteve-se até à 19.ª volta, altura em que o norte-americano Logan Sargeant (Williams) bateu nas barreiras de proteção, mas conseguiu levar o carro até às “boxes”, para trocar o nariz da viatura, mas deixando bocados de carbono pela posta. Uma situação que implicou a entrada em ação do “Safety Car”, para os comissários limparem os destroços que estavam espalhados por uma grande parte do asfalto.

Foi a altura em que, com excepção dos pilotos da Red Bull e do finlandês Valtteri Bottas (Alfa Romeo/Ferrari), os pilotos aproveitaram, a “paragem à borla”, para trocar os pneus duros pelos médios.

Carlos Sainz não perdeu a posição de comandante, mas o neerlandês Max Verstappen (Red Bull/Honda), que tinha partido da 11.ª posição, ascendeu ao segundo lugar, à frente de George Russell, que conseguiu passar o inglês Lando Norris (McLaren/Mercedes), e de Sergio Perez (Red Bull/Honda), que tinha atrás de si o piloto da McLaren, Charles Leclerc, que perdeu muito tempo na box, e Lewis Hamilton.

Com pneus duros, os pilotos da marca de bebidas energéticas começaram a “andar para trás” e só na 40.ª volta optaram por montar pneus médios, depois de terem esperado por uma nova situação de “Safety Car”, algo muito normal de acontecer em Singapura.

E isso aconteceu, três voltas depois, quando estavam no fundo do pelotão, em consequência da paragem do francês Esteban Ocon (Alpine Renault), então na sexta posição e a fazer uma excelente corrida no dia do seu aniversário, na zona de saída das “boxes”, com a caixa de velocidades inoperacional, o que levou a uma situação de “Virtual Safety Car”.

Com nova “paragem à borla”, os pilotos da Mercedes foram às “boxes” montar pneus médios novos e lançaram-se numa cavalgada rumo ao pódio, ganhando segundos aos que o antecediam que tinham pneus médios, com muito mais voltas.

Na frente, Carlos Sainz defendia-se dos “ataques” de Lando Norris, mas Charles Leclerc não resistiu à aproximação dos pilotos da Mercedes, com George Russell a chegar a terceiro a nove voltas do fim e Lewis Hamilton a quarto, na volta seguinte.

Com os Mercedes disparados, a quatro voltas do fim, os quatro primeiros podiam usar o “DRS”, o que significava que a diferença entre cada um deles era inferior a um segundo.

Nas derradeiras voltas, Carlos Sainz aproveitou os ataques de George Russell a Lando Norris para ganhar alguma vantagem, mas George Russell comprometeu a sua corrida, quando saiu da pista na derradeira volta, o que permitiu a Lewis Hamilton ir ao pódio.

Apesar de ter trocado de pneus, já na segunda parte da corrida, Max Verstappen garantiu o quinto lugar, à frente do francês Pierre Gasly (Alpine/Renault), do australiano Oscar Piastri (McLaren/Mercedes), do mexicano Sergio Perez (Red Bull/Honda), do neo-zelandês Liam Lawson (Alpha Tauri/Honda), que pontuou pela primeira vez, na quarta corrida, e o dinamarquês Kevin Magnussen (Haas/Ferrari), que fechou o lote de pilotos que terminaram nos pontos.

FICHA DA PROVA

Prova – Singapore Airlines Singapore Grand Prix

Circuito – Marina Bay Street Circuit

Extensão – 306,143 km = 62 x 4,940 km

“Pole position” – Carlos Sainz (Ferrari), 1 volta (4,940 km), em 1’30,984” (195,462 km/h)

Grelha de partida1.ª linha: Carlos Sainz (Ferrari SF-23/Ferrari), 1’30,984”; George Russell (Mercedes W14/Mercedes), 1’31,056”; 2.ª linha: Charles Leclerc (Ferrari SF-23/Ferrari), 1’31,063”; Lando Norris (McLaren MCL60/Mercedes), 1’31,270”; 3.ª linha: Lewis Hamilton (Mercedes W14/Mercedes), 1’31,485”; Kevin Magnussen (Haas VF-23/Ferrari), 1’31,373”; 4.ª linha: Fernando Alonso (Aston Martin AMR23/Mercedes), 1’31,615”; Esteban Ocon (Alpine A523/Renault), 1’31,673”; 5.ª linha: Nico Hulkenberg (Haas VF-23/Ferrari), 1’31,808”; Liam Lawson (Alpha Tauri AT04/Honda), 1’32,268”; 6.ª linha: Max Verstappen (Red Bull RB19/Honda), 1’32,173”; Pierre Gasly (Alpine A523/Renault), 1’32,274”; 7.ª linha: Sergio Perez (Red Bull RB19/Honda), 1’32,310”; Alexander Albon (Williams FW45/Mercedes), 1’33,719”; 8.ª linha: Yuki Tsunuda (Alpha Tauri AT04/Honda), sem tempo; Valtteri Bottas (Alfa Romeo C43/Ferrari), 1’32,809”;  9.ª linha: Oscar Piastri (McLaren MCL60/Mercedes), 1’32,902”; Logan Sargeant (Williams FW45/Mercedes), 1’33,252”

Nota – Guanyu Zhou (Alfa Romeo C43/Ferrari), parte da via das “boxes”, por o carro ter sido modificado no parque fechado; Lance Stroll (Aston Martin AMR23/Mercedes) não alinha, por os estragos sofridos pelo carro, no último minuto da qualificação, não puderem ser recuperados

Comandantes sucessivos – Carlos Sainz, da 1.ª à 62.ª volta;

Volta mais rápida – Lewis Hamilton (Mercedes W14B/Mercedes), 1 volta (4,940 km), em 1’35,867” (185,507 km/h)

Vencedor – Carlos Sainz (Ferrari SF-23/Ferrari), 62 voltas (306,143 km), em 1.46’37,418” (172,274 km/h)

CLASSIFICAÇÃO

POS. PILOTO CARRO MOTOR TEMPO
1.º Carlos Sainz Ferrari SF-23 Ferrari 1.46’37,418″
2.º Lando Norris McLaren MCL60 Mercedes a 0,812″
3.º Lewis Hamilton Mercedes W14 Mercedes a 1,269″
4.º Charles Leclerc Ferrari SF-23 Ferrari a 21,177″
5.º Max Verstappen Red Bull RB19 Honda a 21,441″
6.º Pierre Gasly Alpine A523 Renault a 38,441″
7.º Oscar Piastri McLaren MCL60 Mercedes a 41,479″
8.º Sergio Perez Red Bull RB19 Honda a 54,534″
9.º Liam Lawson Alpha Tauri AT04 Honda a 1’05,518″
10.º Kevin Magnussen Haas VF-23 Ferrari a 1’12,116″
11.º Alexander Albon Williams FW45 Mercedes a 1’13,417″
12.º Guanyu Zhou Alfa Romeo C43 Ferrari a 1’23,649″
13.º Nico Hulkenberg Haas VF-23 Ferrari a 1’26,201″
14.º Logan Sargeant Williams FW45 Mercedes a 1’26,899″
15.º Fernando Alonso Aston Martim AMR23 Mercedes a 1’27,602
16.º George Russell Mercedes W14 Mercedes a 1 volta

CLASSIFICAÇÕES DOS “MUNDIAIS”

PILOTOS – 1.º, Max Verstappen, 374 pontos; 2.º, Sergio Perez, 223; 3.º, Lewis Hamilton, 180; 4.º, Fernando Alonso, 170; 5.º, Carlos Sainz, 142; 6.º, Charles Leclerc, 123; 7.º, George Russell, 109; 8.º, Lando Norris, 97; 9.º, Lance Stroll, 47; 10.º Pierre Gasly, 45; 11.º, Oscar Piastri, 42; 12.º, Esteban Ocon, 36; 13.º, Alexander Albon, 21; 14.º, Nico Hulkenberg, 9; 15.º, Valtteri Bottas, 6; 16.º, Guanyu Zhou, 4; 17.º, Yuki Tsunoda, 3; 18.º, Kevin Magnussen, 3; 19.º, Liam Lawson, 2

CONSTRUTORES – 1.º, Oracle Red Bull Racing, 597 pontos; 2.º, Mercedes AMG Petronas F1 Team, 289; 3.º, Scuderia Ferrari, 265; 4.º, Aston Martin Aramco Cognizant F1 Team, 217; 5.º, McLaren F1 Team, 139; 6.º, BWT Alpine F1 Team, 81; 7.º, Williams Racing, 21; 8.º, MoneyGram Haas F1, 12; 9.º, Alfa Romeo F1 Team ORLEN, 10; 10.º, Scuderia Alpha Tauri, 5.

Próxima prova – Lenovo Japonese Grand Prix, dia 24 de Setembro, no Suzuka International Racing Course.

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