Vodafone Rali de Portugal de regresso a Arganil
Dezoito anos depois, o Rali de Portugal regressa ao “santuário de Arganil”, como disse Pedro Machado (presidente da Região de Turismo do Centro).
PEDRO RORIZ (auto.look2010@gmail.com)
Foi a confirmação oficial daquilo que há muito tempo corria pelos bastidores e que o Autolook adiantou em primeira mão, em Dezembro, levando a prova portuguesa a redescobrir locais que marcaram muitas das edições da prova.
O tão desejado regresso à zona centro, que muitos defenderam, quando a prova trocou o Algarve pelo norte do país, tornou-se possível por as Câmaras de Caminha e Ponte de Lima terem decidido terminar com o apoio à prova e, como consequência, Viana do Castelo, apesar de estar disponível para prosseguir com o seu apoio, ficou isolado e a organização teve de procurar outra solução para a etapa de abertura da prova.
O apoio da Região de Turismo do Centro e das câmaras da região tornou possível a concretização desse desejo, com Coimbra a substituir Guimarães como local de partida da prova.
A edição 2019 do Vodafone Rali de Portugal começa, na quinta-feira (30 de Maio), em Baltar, que será palco do “shakedown”, que terá direito a transmissão televisiva, com Carlos Barbosa (presidente do ACP) a lembrar que «pelo segundo ano consecutivo o Vodafone Rali de Portugal foi a prova mais vista do campeonato».
Ainda nesse dia, Coimbra assiste à cerimónia da partida, que terá lugar na Porta Férrea, em frente da Universidade, oportunidade para o público contactar com pilotos e navegadores, durante a tarde.
No dia seguinte (31 de Maio), Coimbra presencia o arranque da prova com os concorrentes a cumprirem uma dupla passagem pelas especiais de Lousã (12,35 km), Góis (18,78 km) e Arganil (14,62 km), nomes que despertam boas memórias, mas que surgem, como referiu Horácio Gonçalves, o novo Director da Prova, «profundamente modificados em relação ao passado, por haver muitas estradas que foram alcatroadas»
No intervalo entre as duas passagens haverá um reagrupamento e uma zona para troca de pneus, no centro de Arganil, que vai reviver as noites do passado, mas agora por volta da hora do almoço. O dia termina com a Super Especial de Lousada (3,36 km), antes da caravana rumar à Exponor, em Matosinhos.
No sábado (1 de Junho) repetem-se as especiais do ano passado, Vieira do Minho (20,53 km), Cabeceiras de Basto (22,22 km) e Amarante (37,60 km), a mais longa do rali, com Vieira do Minho a apresentar cerca de quatro quilómetros novos no seu início.
O dia acaba com a dupla passagem pela Gaia Street Stage (2,25 km), com a cidade da margem esquerda do Douro a substituir o Porto, que devia, de acordo com o que estava pensado, render Braga, nesta edição.
Tal como nas restantes especiais do dia, haverá uma dupla passagem pelas ruas da cidade, com a partida a acontecer no Cais de Gaia e a chegada junto à Camara Municipal.
Finalmente, o derradeiro dia da competição é igual ao do ano anterior e centrado em Fafe, com os concorrentes a cumprirem uma dupla passagem pelas classificativas de Montim (8,64km) e Fafe (11,18 km), a segunda a funcionar como “Power Stage”, e uma pela prova de classificação de Luilhas (11,89 km).
Na cerimónia de apresentação, Carlos Barbosa fez questão de sublinhar que o rali «proporciona receitas da ordem dos 138 milhões de euros, mas isso não torna mais fácil a obtenção de apoios públicos, enquanto há outras manifestações que sem proporcionarem esse encaixe o recebem» e acrescentou que «se houvesse um rali por mês pagávamos a dívida».
Já Pedro Machado, satisfeito pelo «regresso ao santuário», não escondeu o desejo «de ver a prova voltar em 2020», lembrando que «a Região de Turismo do Centro quer captar acontecimentos importantes, que promovam o território e que contribuam para a internacionalização da região».
Por sua vez, Ni Amorim, o Presidente da FPAK, não escondeu «o orgulho por um filiado, fundador da Federação, organizar uma prova com a qualidade e o sucesso que tem e só espero que venha a ter o mesmo suceda dos anos anteriores».
De assinalar que, para as equipas oficiais, o Vodafone Rali de Portugal apresenta um novo desafio. Segundo foi revelado, e a exemplo do que vai suceder nas provas sul-americanas (Argentina e Chile), após a prova portuguesa os carros entrarão em regime de parque fechado, sendo alguns elementos selados, e rumarão directamente à Sardenha, cenário da prova italiana, sem que as respectivas equipas os possam receber nas suas instalações e fazerem as habituais revisões.
Restará saber que “estragos” as provas argentina e portuguesa irão causar naqueles que lhes seguem. De 30 de Maio a 2 de Junho, Portugal vai ser o centro das atenções dos amantes do desporto automóvel.
PROGRAMA*
QUINTA-FEIRA, 30 MAIO 2019
Shakedown – Paredes (4,60 km) — 08h00 / 13h30
Cerimonial Start – Porta Férrea, Coimbra — 18h00
SEXTA-FEIRA, 31 MAIO 2019
Coimbra – Partida — 08h30
Lousã (12,35 km) – SS1 e SS4
Góis (18,78 km) – SS2 e SS5
Arganil (14,62 km) – SS3 e SS6
Lousada (3,36 km) – SSS7
SÁBADO, 1 JUNHO 2019
Vieira do Minho (20,53 km) – SS8 e SS11
Cabeceiras de Basto (22,22 km) – SS9 e SS12
Amarante (37,60 km) – SS10 e SS13
Gaia Street Stage (2,25 km) – SS14 e SS15
DOMINGO, 2 JUNHO 2019
Montim (8,64 km) – SS16 e SS19
Fafe (11,18 km) – SS17 e SS20 Power Stage
Luílhas (11,89 km) – SS18
* O programa definitivo será publicado em Regulamento e sujeito a aditamentos