Toyota conquista triunfo nas 24 horas de Le Mans
Brendon Hartley, Sebastien Buemi e Ryo Hirakawa pilotaram o carro vencedor da 90.ª edição da emblemática prova. António Félix da Costa e Henrique Chaves também venceram nas respetivas categorias. Filipe Albuquerque viu o carro abalroado logo no início e terminou no 10.º lugar.
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A 90.ª edição das 24 Horas de Le Mans terminou com o trinfo do Toyota Gazoo Racing n.º 8, conduzido por Brendon Hartley, Sebastien Buemi e Ryo Hirakawa. O argentino José Maria Lopez, o britânico Mike Conway e o japonês Kamui Kobayashi, no outro Toyota híbrido, com o norte-americano Ryan Briscoe, o francês Franck Mailleux e o britânico Richard Westbrook (Glinkenhouse) foram terceiros.
A emblemática corrida de resistência automóvel ficou, este ano, marcada por um acidente poucos segundos após o arranque. Dois portugueses também tiveram razões para festejar, sagrando-se vencedores nas respetivas categorias. António Félix da Costa conquistou a segunda categoria (LM P2), com a equipa Jota, ao lado do mexicano Roberto González e do britânico William Stevens, enquanto na quarta categoria (LM GTE AE) Henrique Chaves, da TF Sport, fez a festa ao lado dos colegas Ben Keating (EUA) e Marco Sorensen (Dinamarca).
HENRIQUE CHAVES FEZ A FESTA NA CATEGORIA LMGTE
O jovem de Torres Vedras já tinha mostrado potencial durante os treinos para a prova de La Sarthe, mas um conjunto de contrariedades na qualificação deixara o trio do Aston Martin Vantage AMR da TF Sport na décima nona posição da grelha de partida, o que obrigava a uma longa recuperação até alcançar as posições que estavam realmente ao seu alcance.
Foi Marco Sorenson que realizou o primeiro “stint” da prova, aproveitando a sua larga experiência no circuito gaulês, tendo recuperado até a oitavo, quando cedeu os comandos do carro inglês a Henrique Chaves.
O português não se poupou a esforços, prosseguindo a recuperação iniciada pelo seu colega de equipa, elevando-se ao terceiro posto, abrindo a porta dos lugares do pódio. Ben Keating, com uma boa prestação, manteve o Aston Martin número trinta e três entre os três primeiros e, quando Marco Sorenson regressou aos comandos, concluiu a recuperação, ascendendo ao comando da classe GTE Am.
A partir de então, os homens da TF Sport mantiveram um ritmo rápido e consistente, evitando problemas, o que foi determinante para chegarem ao fim das vinte e quatro horas de prova no comando, apesar dos adversários muito competentes.
ANTÓNIO FÉLIX DA COSTA VENCE LMP2
António Félix da Costa venceu desta forma dominante a 90.ª edição das 24 horas de Le Mans, na categoria LMP2, ao volante no carro n.º 38 da equipa JOTA, juntamente com Roberto Gonzalez e Will Stevens. Na 2.ª posição dos LMP2 terminou o carro da Prema Orlen Team, com Robert Kubica, Louis Deletraz e Lorenzo Colombo ao volante. No degrau mais baixo do pódio terminou o outro carro da JOTA, pilotado por Rasmussen, Ed Jones e Jonathan Aberdeen. Na classificação geral a Toyota venceu sem surpresas, com Sebastien Buemi, Brendon Hartley e Hirakawa.
É sem dúvida um momento histórico para o desporto automóvel Nacional, numa vitória que o piloto de Cascais já merecia, ele que participou pela 5.ª vez nesta grande corrida. Félix da Costa, Roberto Gonzalez e Will Stevens partiram da 3.ª posição da grelha, entre os LMP2, e ainda no decorrer da primeira hora, saltaram para a liderança, para não mais largar. Um momento de ouro para Félix da Costa, que já tinha sido 2.º, mas obtém assim a vitória na 90ª edição das 24 horas de Le Mans.
Na classificação do Mundial de Resistência, António Félix da Costa, Roberto Gonzalez e Will Stevens, são agora lideres na classe LMP2, numa altura que estão realizadas as três primeiras corridas da temporada. A próxima prova tem lugar em Monza, no dia 10 de Julho.
FILIPE ALBUQUERQUE
TERMINA ODISSEIA NO 10.º LUGAR
Não é por acaso que as 24h de Le Mans são conhecidas como uma das mais duras provas do automobilismo mundial onde tudo pode acontecer. Que o diga Filipe Albuquerque. Depois de ter vencido esta prova em 2020 entre os LMP2 e ser um dos candidatos à vitória este ano, tudo o que havia para correr mal, aconteceu na corrida. Poucos metros bastaram após o arranque para o Oreca #22 de Albuquerque, Phil Hanson e Will Owen fosse abalroado e remetido para a cauda do pelotão.
Apesar de saberem que a corrida estava perdida, os três pilotos da United Autosports encetaram uma recuperação notável. Da cauda do pelotão chegaram esta manhã ao top 10, mas novo azar colocou novamente o #22 muito atrás na classificação para cruzarem a linha de meta num inglório 10.º lugar.
«Há coisas que não acreditamos possíveis. E o que nos aconteceu foi uma delas. Segundos depois do arranque para uma corrida de 24 horas sermos abalroados é algo difícil de digerir», começou por referir Filipe Albuquerque.
«Mas não deitámos a toalha ao chão. Apesar do carro ter ficado longe do seu desempenho normal fomos recuperando lugares e dando o nosso melhor. Mas um azar nunca vem só e quando já estávamos no top 10, um pedaço de borracha acertou no botão de emergência do carro e desligou-o em plena corrida. Foram mais dois minutos perdidos», continuou o piloto de Coimbra.
«E depois disto, foi continuar a fazer o nosso melhor. O resultado está longe do que desejávamos, mas pelo menos fica o sentimento de dever cumprido. As coisas não aconteceram por fatores externos que não podemos controlar. Mas isto são as corridas e em especial as 24 Horas de Le Mans. Agora é pensar na próxima prova», concluiu Filipe Albuquerque não sem antes dar «os parabéns ao António Félix da Costa e ao Henrique Chaves pelas vitórias».
O piloto português tem agora um período de interregno para dentro de 15 dias regressar aos Estados Unidos da América para mais uma corrida do Campeonato Norte Americano de Resistência.