Mazda CX-80 2.5 PHEV evidencia a tecnologia
No interior do imponente SUV da Mazda, podem existir seis ou sete lugares. Todavia, apesar do modelo ocupar a posição de topo-de-gama, a sobriedade é uma evidencia. E o mesmo acontece com a condução, apesar da profusão de comandos e funcionalidades.
FAUSTO MONTEIRO GRILO
Numa primeira análise é possível encontrar semelhanças entre o topo-de-gama e o CX-60. No entanto, são dois modelos diferentes. São diferentes nas dimensões exteriores e cotas de habitabilidade, com o CX-80 bem mais próximo dos cinco metros (4.995 mm). Nas cotas de largura (1.890 mm) e altura 1.710 mm, estas também reflectem o posicionamento do modelo, cuja bagageira concede uma modularidade dos 258 a 1.971 litros, nas versões de seis ou sete lugares.
Os 258 litros são conseguidos mediante utilização das três filas de assentos, enquanto os 687 litros estão disponíveis mediante rebatimento dos assentos traseiros. Aos valores de 1.221 litros, chega-se mediante rebatimento das duas filas de assentos, enquanto o valor de 1.971 litros é conseguido através da “variante furgão” ou seja até ao tecto.
Em dezembro de 2024, o CX-80 conquistou cinco estrelas Euro NCAP, com elevadas pontuações nos diversos itens de segurança, e partilham a transmissão automatizada de oito relações. Por cá, as versões a gasolina “phev”e gasóleo de tracção integral, enquadram o modelo em classe 2.
No que diz respeito aos números mais importantes, aos 59.079,71 euros do Takumi Plus conduzido, acrescem 1.933,80 euros de ISV, 6,56 euros de SGPU, e 14.034,50 euros de IVA para uns expressivos 75.054,57 euros dos quais 21% são empoçados pelo Estado.
Esta poderá não ser a melhor notícia para os particulares, mas pode ser benéfico para as empresas, tanto no tocante às taxas como nos impostos e até na tributação autónoma (TA de 15% neste caso e 32% para o Diesel).
Agradável para todos são outros números deste Mazda. De acordo com o WLTP o consumo combinado de 1,6 litros/100 km é possível, tal como efectuar 60 quilómetros em modo totalmente eléctrico, que contribuem para os 35 g/km de CO². Estes dados associados a um automóvel cujo depósito de combustível leva 70 litros, com os benefícios que daí advêm para a autonomia.
No reverso da medalha, poderão estar as dificuldades em encontrar pontos ou formas de pagamento, para carregar as baterias de iões de Lítio de 17,8 kWh que contribuem em 177,5 kg da tara do CX-80 (2.259 kg).
Nesta versão de seis lugares individuais, o maior SUV da marca japonesa, concede bons acessos a qualquer uma das três filas de assentos. As portas dianteiras abrem com boa amplitude, as traseiras abrem um pouco mais e quase chegam aos 90º, enquanto o deslizamento e inclinação dos assentos da segunda fila, permitem um bom acesso aos dois lugares traseiros, os tais que transformam a bagageira em 258 litros, com a possibilidade de alguns arrumos sob o piso.
Uma vez no interior, as cotas de habitabilidade são muito boas, enquanto seria expectável que num automóvel de cinco metros, existissem mais e volumosos espaços de arrumos. No tocante aos equipamentos, comandos e funcionalidades, este Mazda está mais orientado para a condução do que alguns dos concorrentes, que dão prioridade à utilização dos sistemas.
No CX-80 estes também existem, e por isso encontramos siglas como android auto, apple carplay, gps, entre outras, mas dissimuladas na habitual sobriedade dos Mazda.
Para quem se sentar ao volante, o visor central não é muito invasivo no painel, sendo comandado através de um botão na consola central. A posição de condução é fácil de encontrar, mediante diversos ajustes eléctricos, tanto assento e costas como na coluna de direcção e volante.
Com agradável toque, boa escolha de materiais e refinada finalização, demos conta de que os assentos concedem pouco apoio lateral, algo que gostaríamos de ter num dos quatro modos de condução (sport) e decidimos tirar partido dos 327 cv conjugados através dos motores a gasolina e eléctrico (191+175 cv) ou se preferirem (141+129 kW).
Com uma travagem irrepreensível, o CX-80 exige alguma habituação para se encontrar uma boa conjugação entre a dinâmica e inércia. Em termos de inércia e com peso em jogo, as oito relações de transmissão facilitam a coisa, enquanto uma taragem (mola+amortecedor) das suspensões independentes e os pneus 235/50 montados em jantes de 20”, estão melhor adequadas para circular em bom piso.
Em pisos mais degradados ou quando se pretende curvar mais rápido, são percetíveis as tendências de rolamento lateral – característico dos SUV – e como referido, o escasso apoio lateral dos assentos também contribui. No entanto, não podemos esquecer que as almofadas laterais que beneficiam este tipo de apoio, diminuem o acesso e de forma mais evidente, a mobilidade no habitáculo.
Num breve contacto ao volante e em percurso misto (AE+EN+Urbano), este PHEV registou interessantes consumos de combustível, que chegaram a estar abaixo do 1,8 litros de média (indicados pelo WLPT), tendo chegado aos 4,6 litros/100 km e 18,4 kWh na primeira centena de quilómetros percorridos. A segunda centena e com recurso ao 2.5 a gasolina, permitiu registar 7,2 litros/100 km, um valor muito interessante, tendo em conta as dimensões e peso deste CX-80.