Jaume Betriu: de piloto a treinador EnduroGP
Quando os pilotos saírem da rampa de partida para o Polisport GP da Suécia, este fim de semana, o conhecido número de corrida #94 de Jaume Betriu, da WP Eric Auge, vai estar em falta, para assumir o cargo de treinador de jovens compatriotas nas jornadas do EnduroGP.
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Um dos pilares do Campeonato do Mundo de EnduroGP Paulo Duarte FIM desde 2013, Jaume Betriu alinhou na sua última corrida na segunda etapa do GP de Espanha, em Oliana. O acarinhado piloto espanhol vai iniciar um novo capítulo na sua carreira, passando a orientar as próximas gerações de jovens compatriotas nas jornadas do EnduroGP.
Com Oliana a marcar a competição em casa para Jaume Betriu — a sua mãe vive na cidade e a sua residência fica a somente 10 quilómetros do “paddock” da corrida —, pareceu-lhe um local apropriado para pendurar o capacete.
«A minha última corrida, a minha última dança. Esta é uma grande decisão a tomar, mas sinto que é o momento certo para deixar de correr no campeonato do mundo», disse Jaume Betriu no final de um emocionante GP de Espanha.
«Tenho 30 anos e as horas de dedicação ao treino e à preparação para o EnduroGP são muitas. Talvez seja mais do que eu possa dar, por isso entendo que é a decisão certa em mudar para fazer outras coisas. Tenho a oportunidade de trabalhar com a RFME para ajudar os pilotos mais jovens e tenho formas de me envolver mais com a equipa, WP Eric Auge», argumentou.
«Foi aqui em Oliana que comecei e, agora, é aqui que acabo. Cresci nestes trilhos que treinei, pelo que é especial», sublinhou o espanhol, pronto para passar o testemunho, mas que não terá tempo para ficar parado. Enquanto a Federação Espanhola RFME trabalha para nutrir e desenvolver os jovens pilotos que se juntam à FIM EnduroGP, Jaume Betriu veio a bordo para oferecer o seu apoio e orientação.
Como piloto que competiu em mais de 10 temporadas de EnduroGP e conquistou vários pódios ao longo dos anos, pelo que a função deve ser uma escolha natural: «Esta mudança de piloto para treinador das crianças e jovens é uma função que me interessa muito. É uma oportunidade que surgiu durante o inverno, após ter falado com a estrutura federativa espanhola. Sinto que é uma boa opção a seguir. Quero usar a minha vida e as minhas experiências de corrida para ajudar os pilotos mais jovens».
Pode dizer-se que é uma situação que ele conhece muito bem. Afinal, todos os pilotos lembram-se da sua primeira corrida no campeonato do mundo e, para Jaume Betriu, foi o GP de França de 2013, debaixo de chuva. Mergulhando a fundo no Enduro2, terminou nuns louváveis16.º e 12.º lugar.
«A minha primeira corrida de EnduroGP foi em 2013, no GP de França, em St. Flour», recorda o espanhol, acrescentando que correu «com um Husaberg 350 a 4 Tempos». «Lembro-me que, no final do primeiro dia, houve uma grande tempestade e as condições tornaram-se muito difíceis. Acho que foi aí que descobri o que era o verdadeiro Enduro. Foi incrível, aprendi muito com ele e nunca mais parei».
Embora o futuro pareça entusiasmante para Jaume Betriu, deverá haver um momento de destaque que se realce na última década de corridas: «Obviamente que é difícil dizer qual foi o maior destaque. Estou satisfeito com o que tenho conquistado nas corridas. Mas acho que 2020 e 2021 foram muito bons, mesmo com as coisas um pouco estranhas devido aos anos da pandemia da covid».
«No início de 2020 participei no Rali Dakar sem planos para o EnduroGP. Depois do rali, o Eric Auge ligou-me e perguntou-me se eu queria correr. Com apenas um mês para me preparar, decidi ir para a Enduro3 com a KTM 500 a 4 Tempos “Big Mama”. Terminámos a época em segundo lugar na classificação geral do Enduro3 e, creio, em sétimo no EnduroGP. Foi incrível. No ano seguinte, repetimos o feito, com resultados semelhantes. Estou super orgulhoso disso», sustentou Jaume Betriu.
«Mas o EnduroGP é especial. Ao longo dos anos, consegui muitos pódios diferentes, mas também corri com muitos pilotos incríveis. Pessoas como Johnny Aubert, Matti Seistola, Lorenzo Santolino e Josep Garcia. Sinto-me um sortudo por ter corrido com pilotos assim», acrescentou.
O Campeonato do Mundo Paulo Duarte FIM EnduroGP prossegue com o Polisport GP da Suécia para a terceira ronda, de 23 a 25 de maio.
Campeonato do Mundo de EnduroGP FIM Paulo Duarte 2025
1.ª ronda: GP de Portugal – Fafe – 4 a 6 de abril
2.ª ronda: GP de Espanha – Oliana – 2 a 4 de maio
3.ª ronda: GP da Suécia – Skövde – 23 a 25 de maio
4.ª ronda: GP do País de Gales – Rhayader – 1 a 3 de agosto
5.ª ronda: GP de França – Réquista – 12 a 14 de setembro
6.ª ronda: GP de Itália – Darfo Boario Terme – 26 a 28 de setembro
7.ª rondsa: GP da Alemanha – Zschopau – 17 a 19 de outubro
CAMPEONATO DO MUNDO DE ENDURO FEMININO EXPOTRADE FIM 2025
1.ª ronda: GP de Portugal – Fafe – 4 a 6 de abril
2.ª ronda: GP do País de Gales – Rhayader – 1 a 3 de agosto
3.ª ronda: GP de França – Réquista – 12 a 14 de setembro
4.ª ronda: GP da Alemanha

