Audi na estreia da “batalha” no Rally Dakar 2022
Com quase 300 participantes e 7,500 km, o “Dakar” está de regresso ao território da Arábia Saudita. A competição promete muita emoção, em que se perfilam grandes figuras, como Sébastian Loeb, Stéphane Peterhansel, Carlos Sainz, Nasser Al-Attiyah e Giniel de Villiers. Nas motos, Honda, KTM e Yamaha voltam a esgrimir argumentos.
PEDRO RORIZ (auto.look2010@gmail.com)
Pelo terceiro ano consecutivo, as areias da Arábia Saudita vão ser o cenário da 44.ª edição do “Dakar”, prova criada em 1979 por Thierry Sabine. O infindável número de opções que os caminhos da areia da Arábia Saudita permitem fazer, mais de 60% do traçado é novo, com a navegação a assumir um papel mais importante na definição do resultado final.
Novidade é a estreia da Audi, com o RS Q e-tron, viatura cujo valor é uma incógnita, por ser a sua estreia em competição, mas tendo ao volante o “Senhor Dakar” – o francês Stéphane Peterhansel –, que soma 14 vitórias (seis em motos e oito em automóveis), a última das quais o ano passado.
Também o espanhol Carlos Sainz, que por três vezes ocupou o lugar mais alto do pódio, e o sueco Mattias Ekstrom, presente pela segunda vez, depois de, no ano passado, ter abandonado na sétima etapa.
Nasser Al-Attiyah e os sul-africanos Giniel de Villiers e Henk Lategan constituem o trio de pilotos da Toyota, ao volante dos GR DKR Hilux, com a marca japonesa, que está por sistema na luta pela vitória, a querer somar o segundo triunfo para o juntar ao alcançado pelo qatari em 2009.
Igualmente na luta pelo triunfo estão os BRX Prodrive Hunter guiados por Sébastien Loeb, Nani Roma – presente pela 26.ª vez e, tal como Stéphane Peterhansel, venceu nas duas e nas quatro rodas – e Orlando Terranova.
Desta vez, o nove vezes campeão do mundo de ralis será acompanhado pelo seu compatriota Fabian Lurquin, depois de ter colocado ponto final na longa ligação com o monegasco Daniel Elena. Mal a prova termine, o piloto francês voará para Monte Carlo para alinhar na primeira prova do WRC ao volante de um Ford Puma.
Em relação aos automóveis será uma grande surpresa se o vencedor não for um dos nove pilotos citados, com Mattias Ekstrom, Henk Lategan e Orlando Terranova a terem o importante papel de serem os “aguadeiros” dos seus companheiros de equipa.
Nas motos iremos assistir a um duelo entre a Honda e a KTM, com a marca japonesa a querer manter a superioridade exibida nos últimos dois anos, em que conseguiu colocar ponto final no domínio da marca austríaca, vencedora das 18 edições anteriores.
A Honda conta com o americano Ricky Brabec, vencedor em 2020 e 2.º em 2021, com o chileno Pablo Quintanilla e com os espanhóis Jose Ignacio Cornero e Joan Barreda Bort, enquanto a KTM confia as suas motos ao argentino Kevin Benavides, vencedor o ano passado aos comandos de uma Honda, o australiano Toby Price, o austríaco Mathias Walkner e o italiano Danilo Petrucci, que troca as pistas de MotoGP pelos caminhos de areia do deserto.
O inglês Sam Sunderland (GasGas), o americano Skyler Howes (Husqvarna), o argentino Luciano Benavides (Husqvarna), o francês Adrien Van Beveren (Yamaha), o americano Andrew Short (Yamaha) e o botswano Ross Branch (Yamaha) estarão, também, na luta pelas primeiras posições e atentos para poderem aproveitar qualquer erro dos favoritos.
OS PORTUGUESES
Vinte portugueses vão alinhar na prova, com o objectivo de chegarem ao fim o que será, por si só, uma vitória, extensiva a todos aqueles que terminam o “Dakar”.
Nos automóveis, Miguel Barbosa (Toyota Hilux Overdrive) está de regresso à prova, depois de 12 anos de ausência, onde foi o melhor estreante em 2006, sendo acompanhado por Pedro Velosa, com quem foi campeão nacional em 2012 e 2020, com Filipe Palmeiro e Paulo Fiúza a navegarem os lituanos Benediktas Vanagas (Toyota Hilux) e Vaidotas Zala (Mini John Cooper Works Rally) respectivamente.
Rui Gonçalves (Sherco); Joaquim Rodrigues (Hero), António Maio (Yamaha), Mário Patrão (KTM), Alexandre Azinhais (KTM), Arcélio Couto (Honda) e Pedro Bianchi Prata (Honda) são os portugueses presentes nas duas rodas, sendo Arcélio Couto o único estreante, com todos os outros a terem maior ou menor experiência na prova.
Luís Portela de Morais/David Megre (CAN-AM X3 XR5) e Rui Oliveira/Fausto Mota (CAN-AM Maverick) são as duas duplas inscritas nos SSV, enquanto Mário Franco/Rui Franco (Yamaha YZX 1000R) e Rui Carneiro/Filipe Serra (Yamaha) estão inscritos nos Veículos Ligeiros, com José Martins (Iveco Trakker) a completar o lote de portugiueses presentes nos camiões.
O PERCURSO
DIA | ETAPA | EXTENSÃO | SS |
1 | Jeddah – Há’il | 834 | 19 |
2 | Há’Il – Há’Il | 546 | 334 |
3 | Há’Il – Al Artawiya | 585 | 337 |
4 | Al Artawiya – Al Qaysumah | 554 | 368 |
5 | Al Qaysumah – Riyadh | 707 | 465 |
6 | Riyadh – Riyadh | 563 | 348 |
7 | Riyadh – Riyadh | 635 | 421 |
8 | Dia de Descanso | ||
9 | Riyadh – Al Dawadimi | 700 | 401 |
10 | Al Dawadimi – Wadi Ad Dawasir | 828 | 394 |
11 | Wadi Ad Dawasir – Wadi Ad Dawasir | 490 | 287 |
12 | Wadi Ad Dawasir – Bisha | 757 | 374 |
13 | Bisha – Bisha | 500 | 345 |
14 | Bisha – Jeddah | 676 | 163 |
Total | 8375 | 4256 |