TURISMO

Desafios da promoção turística em foco na Covilhã

Evento reúne na cidade da Serra da Estrela os maiores especialistas em turismo interno. No segundo dia do Fórum Vê Portugal, Jorge Sequeira, um dos mais conhecidos motivational speakers nacionais, deixou os participantes inspirados com a palestra “Dar ao Pedal – Destino e Partida Sem Igual”.

carlos.sousa@autolook.pt

Os passos a dar para melhorar a estrutura de promoção turística em Portugal foi o principal tema de discussão no segundo dia do 9.º Fórum de Turismo Interno Vê Portugal, que decorre na Covilhã.

A Sessão de Abertura, no Teatro Municipal da Covilhã, deu o mote, com intervenções de Pedro Machado, presidente da Turismo Centro de Portugal, Mário Raposo, reitor da Universidade da Beira Interior, Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, e Nuno Fazenda, secretário de Estado do Turismo, Comércio e Serviços.

Na sua intervenção, Pedro Machado defendeu «novas competências» para as Entidades Regionais de Turismo (ERT), de forma a «acrescentar valor». «As Entidades Regionais de Turismo são hoje instituições reconhecidas nos territórios e os resultados falam por si. Mas acrescentariam valor se ganhassem competências», disse.

Entre essas competências, Pedro Machado referiu «a possibilidade de as ERT trabalharem de forma mais próxima com os agentes económicos», transitando para as ERT competências ao nível financeiro que são do Turismo de Portugal.

«Devemos fazer o caminho de assumir algumas competências do Turismo de Portugal, que podem ser derivadas para as entidades regionais», sublinhou. Antes, Pedro Machado apresentou a «agenda de intervenção estratégica da Turismo Centro de Portugal», que tem como prioridades a «estruturação do produto turístico», a «promoção turística integrada», «a capacitação e qualificação dos agentes» e a «monitorização e produção de conhecimento».

Na sua intervenção, Vítor Pereira deu as boas-vindas aos participantes e recordou que a Covilhã «tem uma oferta que abrange todos os segmentos do turismo». «Só não temos as ondas do mar», disse.

«O turismo desempenha um papel central na economia. Fortalece laços e proporciona o intercâmbio de experiências. Este fórum permite-nos conversar e ouvir os especialistas, de forma a inspirar, criar e tecer novos caminhos para o turismo interno», acrescentou.

Por sua vez, Mário Raposo recordou que o turismo enfrenta também desafios, destacando a «necessidade de criar marcas regionais e de apostar em novos produtos que atraiam visitantes durante todo o ano».

A terminar a sessão de abertura, Nuno Fazenda – também ele com raízes na Covilhã – lembrou que «um terço da procura turística no país é de origem interna», pelo que «tem um peso fundamental na economia».

Sublinhando que a procura no primeiro trimestre do ano bateu todos os recordes, o secretário de Estado referiu que tal se deve «às empresas, aos trabalhadores, mas também às políticas públicas». «Só trabalhando juntos conseguimos estes resultados», considerou.

PAINEL JUNTOU PRESIDENTES DAS REGIÕES

Seguiu-se um momento muito especial, que conquistou a audiência. Jorge Sequeira, um dos mais conhecidos motivational speakers nacionais, deixou os participantes inspirados e muito bem-dispostos, com a palestra “Dar ao Pedal – Destino e Partida Sem Igual”.

A encerrar a manhã, teve lugar um painel dedicado ao tema “Turismo Interno – Desafios para Portugal”. A conversa juntou um painel alargado, que incluiu Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, e quatro presidentes de regiões de turismo – Pedro Machado, do Centro de Portugal; Luís Pedro Martins, do Porto e Norte de Portugal; Vítor Silva, do Alentejo; e João Fernandes, do Algarve – que foram desafiados pelo moderador, o jornalista Paulo Baldaia, a conversar sobre como se pode melhorar a estrutura do turismo em Portugal.

Luís Araújo começou o debate, salientando que o modelo existente funciona e tem dado provas: «A promoção turística do país precisa de estruturas flexíveis, em colaboração estreita entre si, que deem resposta às necessidades dos visitantes. É esse modelo que existe e que tem alcançado resultados muito positivos», afirmou.

Para Luís Pedro Martins, «o setor do turismo tem conseguido prosseguir o trabalho realizado sem grandes roturas e com estabilidade». Recordando que «o turismo foi o setor que começou a regionalização, em 2013», Luís Pedro Martins referiu que «passada uma década, é altura de mudanças».

«As regiões estão próximas das empresas e, devido a essa proximidade, podem fazer algum do trabalho feito pelo Turismo de Portugal. Estamos no bom caminho e só temos de o aprofundar», concluiu.

Por parte do Alentejo, Vítor Silva considerou que não é necessário mexer no modelo atual: «Este modelo provou que funciona e introduzir alterações pode ser um tiro no pé. Somos o setor económico mais invejado e, com poucos meios, conseguimos fazer crescer as marcas regionais. O modelo funciona, não é preciso mexer», disse.

João Fernandes reconheceu também que «o modelo está bem conseguido e tem dado cartas», lembrando que «o Turismo de Portugal é uma referência a nível internacional». No entanto, reconheceu que «é preciso reforçar as competências nas ERT, num processo de melhoria contínua» e, acima de tudo, é preciso «reforçar o financiamento das ERT, que precisa de mais recursos».

A terminar o painel, Pedro Machado reforçou a ideia de que «o edifício do turismo responde, mas precisa de melhoramentos. «A Lei 2013 resolveu vários problemas, como a proliferação de entidades de turismo, que provocava descontinuidade territorial de produtos. Mas, entretanto, o mundo mudou. Os visitantes têm hoje prioridades diferentes, pelo que há alterações que devem ser feitas agora no reforço das competências das ERT. Estamos bem, mas podemos melhorar», concluiu.

TARDE SERVIU PARA DESCOBRIR A COVILHÃ

A tarde do segundo dia desafiou todos os participantes no “Vê Portugal” a “Inspirar para Criar, na Covilhã”. Esta iniciativa teve como objetivo estimular a criatividade dos participantes e promover os principais ativos turísticos do concelho. Os participantes puderam escolher entre cinco atividades, todas gratuitas e realizadas em parceria com o Município da Covilhã, o Museu de Lanifícios da UBI e o New Hand Lab.

As hipóteses de atividades foram as seguintes: Roteiro pela Arte Urbana da Covilhã; Visita ao Museu de Lanifícios da UBI; Percurso pedestre pela Rota da Floresta; Visita ao Museu da Covilhã; e Oficinas de Criação no New Hand Lab.

O Turismo Centro de Portugal é a entidade que estrutura e promove o turismo na Região Centro do país. Esta é a maior e mais diversificada área turística nacional, abrangendo 100 municípios, e tem registado um intenso crescimento da procura interna e externa.

É a região a escolher para quem pretende experiências diversificadas, pois concilia locais Património da Humanidade com a melhor costa de surf da Europa, termas e spas idílicos, locais de culto de importância mundial e as mais belas aldeias.

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