FÓRMULA 1

Lewis Hamilton e a luta titânica contra o racismo

O heptacampeão do Mundo é um dos desportistas do Mundo mais envolvidos com causas sociais. O piloto da Fórmula 1 está envolvido em vários projetos sociais, onde se destaca a sua luta contra a discriminação racial.

(auto.look2010@gmail.com)

Lewis Hamilton voltou a abordar o tema do racismo, numa entrevista à revista “Sports Illustrated”. O inglês contou que, na sua infância, chamavam-no de “negro” (termo considerado racista na língua inglesa para pessoas afrodescendentes) na rua, as pessoas atiravam-lhe bananas e que alguns professores chegaram a dizer-lhe que «nunca chegaria a nada» quando fosse adulto.

«A escola foi, provavelmente, o momento mais traumático e difícil da minha vida. Eu já era intimidado aos seis anos de idade. Penso que, naquela escola em particular e naquela altura, eu era provavelmente uma de três crianças de cor. Fui muitas vezes agarrado por miúdos que eram apenas valentões maiores e mais fortes. As pessoas chamavam-me mestiço, não sabendo realmente onde eu me inseria», começou por contar o piloto inglês.

«Isso para mim foi difícil. Quando se entra numa aula de história e não há imagens de pessoas de cor na história que nos estavam a ensinar, eu ficava a pensar: ‘Onde estão as pessoas que se parecem comigo?», questionou… Os insultos e discriminação que sofreu na infância quase o levaram a desistir. Mas o piloto de Fórmula 1 usou isso a seu favor para construir uma carreira de sucesso.

«Lembro-me de estar atrás de um parque infantil, em lágrimas, a pensar: “Não vou ser nada”. E a acreditar nisso por uma fração de segundo. Não sentia que podia ir para casa e falar com os meus pais, não queria que o meu pai pensasse que eu não era forte», revelou.

«O sistema estava realmente contra mim e eu estava a nadar contra a maré. Mas estou muito grato por essa viagem, porque foi o que me tornou na pessoa que sou hoje», completou. Na mesma entrevista à revista “Sports Illustrated”, o atual piloto da Mercedes recordou a polémica que teve com o brasileiro Nelson Piquet em 2022, quando este o chamou de “neguinho”, numa entrevista.

«É mais do que uma questão de linguagem. Essa mentalidade arcaica tem de mudar e não tem lugar no nosso desporto. Tenho estado rodeado por estas atitudes durante toda a minha vida e tive muito tempo para aprender. Agora é o momento de agir», atirou.

Lewis Hamilton é o primeiro e único piloto negro na Fórmula 1. Além da luta contra a discriminação racial, o inglês tem-se posicionado abertamente a favor da defesa dos animais e do meio ambiente, contra a desigualdade social e a violência policial.

O heptacampeão do Mundo tornou-se vegan e abriu uma rede de restaurantes vegetarianos. Nas redes sociais tem alertado muitas vezes para a poluição que a indústria pecuária gera para o planeta. O inglês tem incentivado, com outros pilotos e responsáveis pelas corridas, a um maior esforço para reduzir o impacto da Fórmula 1 sobre o meio ambiente. O piloto criou a “The Hamilton Commission”, uma iniciativa que tem o objetivo de estimular o recrutamento e a progressão de pessoas negras no automobilismo do Reino Unido.

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