Portugal quarto no FIM Enduro Vintage Trophy
A Seleção Nacional composta por António Oliveira, António Silva e João Paulo Fragoso foi 4.ª classificada no FIM Enduro Vintage que teve lugar em Itália. Manuel Moura ganhou a classe Open.
carlos.sousa@autolook.pt
Terminou em Camerino, Itália, a edição 2024 do FIM Enduro Vintage Trophy, competição para motos e pilotos veteranos de Enduro que, pelo terceiro ano consecutivo, contou com a presença de uma Seleção Nacional.
Depois da 3.ª posição em 2022 em Santiago do Cacém e do 5.º lugar de há um ano em Cerdanya (Espanha), o trio luso composto por António Oliveira, António Silva e João Paulo Fragoso conquistou um excelente 4.º posto, com o “bónus” de António Oliveira ter ganho a sua classe e de Manuel Moura, que concorria como individual, ter ganho a classe Open, categoria em que também alinhou Pedro Mariano, que terminou em 11.º lugar nesta classe.
No topo do pódio por seleções nacionais voltou a estar, pelo terceiro ano consecutivo, a fortíssima equipa da “casa”, a Itália, com um trio formado por Tullio Pellegrinelli, Giorgio Grasso e Enrico Tortoli, à frente da França e da República Checa e Portugal.
Estiveram presentes pilotos de 16 países, com 13 seleções nacionais a concorrerem ao troféu principal. Atrás de Portugal terminaram, por ordem, Reino Unido, Suíça, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, Austrália, Polónia, Áustria e Canadá.
O francês Stéphane Peterhansel, que alinhava numa equipa de clube, foi o vencedor absoluto em termos de classificação individual, na frente de Grasso e Pellegrinelli, com o português António Oliveira a fechar o top 10, tendo alinhado 422 pilotos.
Depois da jornada inaugural, na quarta-feira, com as verificações técnicas e um primeiro “cheirinho” a competição, sob a forma de uma prova de aceleração, na quinta-feira teve lugar o primeiro dia de enduro a “sério”, com 150 km para cumprir e seis especiais, divididos por duas voltas.
Portugal assumiu o 5.º posto ao final deste dia, após uma jornada sem incidentes. António Oliveira (Honda Mugen 360 1979) ganhava a sua classe, António Silva (KTM GS250 1979) também cumpria em bom nível, e apenas João Paulo Fragoso (Honda CR250 1975) sofria uma queda, mas que não comprometia o resultado.
No dia seguinte, Portugal subia ao 4.º lugar, num dia mais exigente que o anterior, mas em que o trio luso voltou a levar a bom porto as suas “velhinhas”, mesmo a mais antiga, a CR250 ’75 de Fragoso, que apresentava algumas limitações técnicas.
No último dia, tal como sucede nos ISDE, os pilotos tinham pela frente a tradicional especial de Motocross final, com partidas em linha para grelhas completas de pilotos. Aquele que se esperava ser um dia sem grandes sobressaltos acabou por causar um ‘susto’ à equipa nacional.
O primeiro a alinhar foi João Paulo Fragoso, uma vez mais a cumprir sem problemas e a levar a sua moto intacta até ao fim, que era o objetivo principal, e divertindo-se num ambiente que era o “seu”. Em seguida, correu António Silva, a partir muito bem em terceiro, mas, logo na abordagem à primeira curva, levou um toque por trás que causaria uma queda, “embrulhando-se” com o piloto da frente, com a moto a ficar acelerada a fundo e o motor a ceder. Aqui temeu-se o pior em termos de reflexos na classificação da equipa, o que, felizmente, não se verificou.
A “salvar” o dia esteve António Oliveira, que fez o “holeshot” na sua manga para depois rodar em 2.º lugar, posição em que veio a terminar e lhe daria a vitória na sua classe (B4, motos até 1979, +250cc), o que contribuiu decisivamente para manter o 4.º posto da equipa nacional.
Finalmente, os restantes dois portugueses presentes eram Manuel Moura (Honda CR250 1991), Campeão Nacional de Veteranos (ainda sem idade para alinhar em equipas de seleção), e Pedro Mariano (Husaberg FE350 1991), o presidente da Comissão de Enduro da FMP e conhecido ex-piloto.
Ambos alinhavam na classe Open, para motos até 1991. Manuel Moura esteve sempre em bom nível e garantiu uma grande vitória na classe Open, com Pedro Mariano a terminar sem dificuldades num bom 11.º posto da mesma classe.
Foi uma grande prestação de todos os pilotos portugueses e da seleção, num excelente esforço de equipa que dignificou e fez brilhar alto as nossas cores. Muitos parabéns e que venha a edição de 2025, prevista para Kielce, na Polónia.